O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quinta-feira, 25, a importância da Zona Franca de Manaus que, segundo ele, foi criada como visão estratégica do governo militar. Questionado sobre as ameaças de corte que a região teria sofrido do ministro da Economia, Paulo Guedes, que hoje preside o Conselho de Administração da Suframa, e se a presença dele não significaria, em sentido figurado, entregar o galinheiro para a raposa, Bolsonaro reagiu: "Não existe nada disso. É natural nos debates você falar de certas coisas que você pode dar uma moldagem lá na frente e resolver o assunto", disse.
Em seguida, o presidente lembrou da polêmica envolvendo suas declarações sobre o povo nordestino. "Alguém acha que eu falei mal do povo nordestino quando eu cochichei no ouvido do deputado uma questão do Maranhão e da Paraíba? Agora está uma briga, estive na Bahia e fui muito questionado pelo povo dizendo que não é verdade que o pior governador do Nordeste é o do Maranhão. Uns dizem que é da Bahia, do Ceará, Paraíba, do Piauí. Está uma briga terrível. Queremos libertar o Nordeste desse julgo. Parece que são massa de manobra da esquerda. Tem de deixar de existir", afirmou.
O novo conselho da Suframa foi totalmente reformulado pelo governo federal e a presença de Bolsonaro na reunião é vista pelos empresários da Zona Franca como uma sinalização positiva de que o modelo de incentivos fiscais da região não será cortado pelo governo federal. É primeira vez em mais de dez anos que um presidente participa da reunião do conselho.
Por ano, o governo concede uma renúncia de R$ 25 bilhões para as empresas instaladas na Zona Franca - cerca de 8% do total de benefícios fiscais concedidos pela União. A preocupação da região aumentou também porque a proposta de reforma tributária na Câmara patrocinada pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), prevê o fim dos incentivos fiscais para a Zona Franca.
Além disso, como revelou o Estadão/Broadcast, a equipe econômica trabalha num plano de corte de renúncias fiscais na tentativa de reduzir os subsídios em mais de um terço do montante atual no mandato de Bolsonaro.
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