O plano de recuperação da Atvos, entregue na noite de terça-feira, 13, ao Tribunal de Justiça de São Paulo, prevê pagamento de parte da dívida de R$ 15,5 bilhões com três fontes de receita: dividendos gerados pela empresa, títulos de dívida e participação na companhia. Em nota, a empresa de açúcar e álcool do grupo Odebrecht afirmou que prevê reduzir de seis para menos de três vezes o valor da dívida em relação à geração de caixa, transferindo parte dos débitos das unidades operacionais. O pedido de recuperação judicial foi feito em maio.
Essa mudança inclui valores devidos a bancos, que representam 92% do total da dívida. Segundo fontes ligadas à companhia, 60% dos R$ 15,5 bilhões serão pagos com dividendos, obedecendo os prazos de carência. Os demais 40% permanecem como dívida, com pagamentos parcelados.
Como determina a lei, os créditos trabalhistas terão prioridade. A empresa se compromete a quitar os valores em até 12 meses.
Em relação aos fornecedores e parceiros agrícolas, a Atvos propõe que o pagamento seja feito em até três anos. A proposta para os credores com garantia real é pagar o montante em duas fases. A primeira, correspondente a 65% do total, têm carência de 5 anos para pagamento do principal e de 3 anos para os juros. A segunda, equivalente a 35%, será paga com títulos de dívida da Atvos ou com participação na empresa.
Para os credores financeiros, sem garantia real, o plano também deve ser dividido em duas fases. O pagamento de 25% ocorreria sobre o valor principal e de três anos para os juros. Em ambos os casos haverá parcelamento. Segundo a proposta, o equilíbrio financeiro, que prevê caixa de R$ 800 milhões ao ano, permitirá à Atvos seguir com seu plano de negócios. A proposta de recuperação judicial precisa ser aprovada pelos credores.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
ECONOMIA