O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, informou que até a conclusão da Rota 3, em 2021, a estatal continuará a ter um uso improdutivo para o grande volume de gás natural contido nos reservatórios do pré-sal, reinjetando o combustível no campo para garantir a continuidade da produção de petróleo, já que o gás na região é associado à commodity.
Ele afirmou que para reduzir esse problema será necessária a construção de uma logística de armazenagem do gás, o que ainda não é feitio no Brasil.
"Houve atraso na Rota 3 (rota de escoamento do gás do pré-sal com destino ao Comperj), e somos obrigados a reinjetar gás para não reduzir a produção de petróleo, porque nos falta escoamento. A Rota 3 só estará completada em 2021, e enquanto não tivermos isso, vamos ter que fazer uso ineficiente do gás", disse durante palestra no seminário sobre gás natural promovido pelo Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP). no Rio.
O gasoduto que compõe a Rota 3 possui aproximadamente 355 quilômetros, sendo 307 km referentes ao trecho marítimo e escoará gás natural até o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, RJ. A vazão do escoamento será de cerca de 18 milhões de metros cúbicos diários.
Castello Branco disse ainda que a revisão do acordo do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) trará redução de tarifa para o gás natural no Brasil, e que o preço deverá recuar de maneira mais significativa quando o volume da oferta no mercado brasileiro aumentar com o gás do pré-sal.
"Estamos em processo de negociação com a Bolívia e haverá uma significativa redução da tarifa de transporte, que vai reduzir muito o preço. O desenvolvimento do mercado de gás natural é extremamente importante para a reindustrialização", disse o executivo, ressaltando que apenas em 2025 o volume da produção interna deverá crescer de forma expressiva.
Na quarta, no mesmo evento, a diretora de Refino e Gás da Petrobras, Anelise Lara, afirmou que a previsão do crescimento da produção se dará no Brasil entre 2023 e 2025.
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