A Petrobras não é diferente. O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, explicou que os estudos sobre a privatização da estatal estão em fase de estudos. Quando forem concluídos e apresentados ao presidente, ele dará o parecer. "Vou ver ainda a proposta a ser apresentada para mim. Quando a proposta chegar, eu falo. Não aconteceu ainda", explicou.
Dentro do contexto do questionamento se o governo estuda privatizar a Petrobras, Bolsonaro deu uma resposta mais ampla, afirmando que "estuda tudo". "(O governo) Estuda privatizar qualquer coisa no Brasil. Tudo é levantado, tudo é discutido. Vai ter que analisar o custo-benefício do que é bom para o Brasil e o que não é”, declarou. A sinalização em relação à Petrobras, pelos comentários dele, é favorável à venda da empresa.
O objetivo do governo, explicou Bolsonaro, é "abrir o Brasil". "Essa é a ideia. Pode ver. Diminui preço do combustível nas refinarias, mas, na ponta, na bomba, não diminui. Anteontem tratei com duas pessoas da Petrobras questões nesse sentido, não para privatizar, não. Questões nesse sentido de preço na ponta, se tem cartel, não tem, o que acontece. Não é fácil vencer esses grupos no Brasil mais variados possíveis, em todos os locais nos quatro cantos que trabalham em causa própria”, ponderou.
Prevenção
Ao terminar a análise, Bolsonaro logo tratou de garantir que não acusa a Petrobras de trabalhar em causa própria ou colocar sob suspeita de ilicitudes. "Não quero acusar a Petrobras aqui não, para (depois) dizer que acusei. Não é isso. É geral, problemas. Como já disse, pode haver uma corrupção no governo? Pode. E aí a gente vai tomar as providências. Mais importante é a prevenção. Até agora não apareceu nada ainda, né. Não estamos escondendo nada, é que não aconteceu", contextualizou.
O presidente negou qualquer associação a uma interferência na Petrobras ao ser questionado sobre a conversa com integrantes da estatal. "Qual o objetivo, fim social da estatal, não é atender melhor a população? Em nenhum momento falei 'abaixa o preço, aqui e acolá’'. É uma coisa que é perseguição do povo todo", disse. Bolsonaro afirmou ser cobrado por eleitores e demais apoiadores a apurar os motivos do encarecimento dos combustíveis no Brasil. "Minhas mídias têm reclamado. 'Presidente, que que tem adiantado anunciar de 15 em 15 dias que baixou R$ 0,10 do diesel na refinaria, e lá na ponta não baixa nada'. Essa é a preocupação. Não é interferência. Quero saber o que está ocorrendo", explicou.