O Ministério do Turismo produziu um vídeo para convencer parlamentares a manterem o veto do presidente Jair Bolsonaro à bagagem gratuita em voos domésticos. Em junho, o presidente decidiu vetar o benefício, inserido por emenda parlamentar na Medida Provisória que abriu o setor aéreo para o capital estrangeiro. O veto deverá ser analisado por deputados e senadores na próxima sessão do Congresso Nacional, ainda sem data para ocorrer.
O vídeo, obtido pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), está sendo encaminhado a todos os ministérios como parte do "lobby" do governo para que o veto não seja derrubado.
No material, assinado pelo Ministério do Turismo, a pasta argumenta que franquia gratuita de bagagem "não existe" e que o custo está embutido no preço da passagem. "Todos vão pagar. Quer você viaje com malas, ou não."
Com 1 minuto e 36 segundos, o vídeo inicia com a pergunta: "Por que manter o veto?". O locutor afirma que não é possível ter passagens aéreas "com preço justo" com apenas três empresas aéreas atuando em um país continental como o Brasil. "O que abaixa preço em qualquer lugar do mundo é concorrência", continua.
O ministério reforça a necessidade de manter o veto para estimular a entrada de novas empresas no setor e reduzir os preços das passagens. "Retomar a gratuidade é afastar as companhias de baixo custo. Já temos três operando voos para o País. Algumas até sinalizam que não vão investir no País se o veto cair", completa.
O vídeo alega que apenas três países do mundo têm bagagem gratuita: Coreia do Norte, Venezuela e China. E que países vizinhos como Argentina, Colômbia e Chile, com cerca de um quarto da população do Brasil, tem mais que o dobro de aéreas no mercado interno. "Não entre no discurso fácil de que a derrubada do veto ajuda o cidadão. Sem a chegada de novas aéreas, a conta simplesmente não fecha", afirma.
O locutor então diz que a mudança está nas mãos do Congresso Nacional. "Manter o veto é fundamental para o turismo, é menos custo, mais destinos atendidos e mais empregos. Queremos um país assim. E você, de que lado está?", conclui.
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