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FGTS: Investir os R$ 500 pode ser o início de uma guinada financeira; saiba como

Especialistas e investidores do mercado financeiro ensinam a multiplicar os R$ 500 do benefício, que começa a ser pago nesta sexta (13) pela Caixa Econômica Federal


postado em 13/09/2019 07:18 / atualizado em 19/09/2019 08:11

O atendente de delivery Matheus Silva, de 23 anos, começou a aplicar no mercado financeiro com R$ 200. Cerca de 2 anos depois, já acumula 13 mil em investimentos(foto: Denison Fotografias/Divlgação)
O atendente de delivery Matheus Silva, de 23 anos, começou a aplicar no mercado financeiro com R$ 200. Cerca de 2 anos depois, já acumula 13 mil em investimentos (foto: Denison Fotografias/Divlgação)



RESUMO DA NOTÍCIA

  • Não é preciso ser rico para aplicar no mercado financeiro. É possível fazer investimentos com quantias bem modestas.
  • Segundo especialistas, aplicar o dinheiro do FGTS liberado pela Caixa nesta sexta (13) pode ser o pontapé inicial para a conquista da independência financeira.
  • Pelos cálculos dos analistas, aportes mensais de R$ 500 numa carteira de investimentos conservadora renderia R$ 200 mil em 15 anos e 6 meses. Reunir o mesmo valor na poupança levaria 20 anos. 
  • É importante que o investidor busque informações antes se se aventurar no mercado financeiro, disponíveis gratuitamente em canais como o Youtube.
  • Assessores aconselham os melhores investimentos para orçamentos apertados: fundos imobiliários, fundos de renda fixa e ações de empresas dos setores financeiro e de energia.




 “Dinheiro na mão é vendaval”, diria o sambista Paulinho da Viola. Só mesmo na vida de um gastador. Matheus Henrique Silva Dias, de 23 anos, não é um deles. Cada centavo dos R$ 500 do FGTS que a Caixa Econômica Federal vai liberar em sua conta bancária nesta sexta-feira (13) será aplicado no mercado financeiro.

Se você acha que esse tipo de investimento é restrito a quem “nasceu com a vida ganha”, reveja seus conceitos. Filho de porteiro e manicure, morador da Barragem Santa Lúcia, Matheus é atendente de delivery de um restaurante japonês da capital mineira, atividade que lhe rende pouco mais de R$ 1.500 por mês. Quando se tornou investidor, há cerca de um ano e meio, ganhava um salário mínimo. Hoje, acumula R$ 13 mil em investimentos. 



“Comecei com R$ 200, economizados do meu transporte. Em vez de gastar o dinheiro da passagem que os meus patrões me davam, eu aplicava e voltava para casa a pé”, conta o jovem, que sonha em seguir os passos de Luiz Barsi Filho, considerado maior investidor da Bovespa. Ele começou a se aventurar no mercado financeiro aos 20 anos, com os trocados que ganhava como engraxate. Atualmente, é dono de um patrimônio avaliado em R$ 2 bilhões.

"Comecei com R$ 200, economizados do meu transporte. Em vez de gastar o dinheiro da passagem que os meus patrões me davam, eu aplicava e voltava para casa a pé"

Matheus Silva, atendente de delivery

Claro que nenhuma fortuna se constrói com uma única aplicação financeira de poucas centenas de reais. Mas aplicar a grana extra do FGTS no mercado de ações, garantem especialistas, pode ser o pontapé inicial para conquistar uma vida com mais liberdade. 

“Muita gente pensa que os R$ 500 do fundo de garantia são um quantia pequena para começar a investir, pois ainda existe a crença de que é preciso ter muito dinheiro para iniciar uma aplicação. Isso é um equívoco, pois há títulos públicos oferecidos no mercado com valores iniciais de R$ 30. Portanto, quem faz um aporte inicial de R$ 500 e transforma isso num hábito pode conquistar muitos objetivos, num tempo menor do que, de repente, imagina”, afirma a estrategista da XP Investimentos, Nathália de Sá.


Poupar X Investir 

Segundo Nathália de Sá, o retorno financeiro proporcionado por aplicações em fundos e ações pode ser mais interessante do que aquele obtido por meio da poupança, sobretudo no médio e longo prazo

Nos cálculos da especialista, quem começa hoje a fazer aportes mensais de R$ 500 numa carteira de investimentos considerada moderada, que inclui ativos de renda fixa ações, entre outros segmentos, levaria, em média, 15 anos e 6 meses para juntar R$ 200 mil. Para reunir o mesmo valor na poupança, seriam necessários cerca de 20 anos. “Essa é uma projeção bem conservadora, já que estamos falando de investimentos para um público iniciante, que, até então, nunca investiu e usaria uma parte do FGTS para começar a fazer isso. Carteiras mais agressivas podem trazer uma rentabilidade bem superior. Claro, com mais riscos, ganhos menos previsíveis, e que variam mais”, explica Nathália. 

A analista da XP investimentos ressalta que, antes de começar a se aventurar no mercado financeiro, é importante que o investidor busque informações e, principalmente, descubra qual o seu perfil: conservador, moderado ou agressivo. Esse diagnóstico pode ser obtido por meio de uma corretora ou mesmo à partir conteúdos disponíveis gratuitamente na internet, como o site do tesouro direto, portais de agências de investimentos e até mesmo no Youtube. 

Adepto de uma carteira de investimentos mistos, com ações do fundo imobiliário, tesouro direto, entre outras aplicações, Matheus se mantém atualizado sobre o universo das finanças sobretudo por meio da internet e das redes sociais. "Acompanho canais do Youtube, como o Favelado Investidor e o Canal do Holder. Também leio livros. Indico Pai Rico, pai pobre (Robert Kiyosaki e Sharon L. Lechter; Editora Elsevier, 207 p.), O segredo da mente milionária ( T. Harv Eker, Editora Sextante, 176 p.) e O homem mais rico da Babilônia (George Samuel Clason, 1926, Editora Harper Collins Brasil, 144 p.)", ensina o jovem. 



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A analista de investimentos da Suno Research, Gabriela Mosmann, explica que para pessoas com faixa salarial de até R$ 1,5 mil, por exemplo, o ideal é que o dinheiro seja aplicado em um fundo de investimento de renda fixa, porque possui uma rentabilidade previsível. "Isso vai ajudar a formar uma reserva de emergência, oferendo mais segurança a uma pessoa que não ganha muito", explicou.

Outra opção para quem não tem muito dinheiro para arriscar são os fundos imobiliários, que têm apresentado excelente rentabilidade, além de empresas dos setores financeiro e de energia, que são menos voláteis. Segundo a analista, essas não são empresas que crescem muito, mas são estáveis. "O investidor inicial precisa escolher empresas com segmentos mais estáveis, no caso, bons pagadores de dividendos. E fundos imobiliários rendem mensalmente, o que dá uma sensação de ganho com o investimento", disse.

Quitar as dívidas, no entanto, é sempre a prioridade. "Se você tem débitos, dê um passo atrás e pague as contas. Ninguém tem sucesso como investidor sem equilibras as contas", avalia a especialista.







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