A fabricante de motores WEG fará uma parceria com a gaúcha FuelTech, especializada em injeção eletrônica de veículos, para converter motores de combustão em motores elétricos. A iniciativa será voltada a veículos de competição e passeio e kits com diversos níveis de potência devem ser vendidos para o cliente. Valores e data de lançamento não foram divulgados.
O processo de conversão elétrica faz com que automóveis movidos a diesel tenham peças substituídas e circulem com baterias recarregáveis, em vez de gasolina ou álcool. A vantagem é a redução de danos ao meio ambiente.
Companhias do setor automobilístico produzem carros inteiramente elétricos, mas os custos do automóvel e de manutenção estão muito acima dos modelos atuais. No entanto, a tendência é que esses veículos se tornem mais populares.
"Com o movimento da eletrificação, existe no Brasil um nicho a ser explorado", afirma Manfred Peter Johann, diretor superintendente da WEG Automação. A parceria não mudará o principal negócio da catarinense, que trabalha sobretudo com veículos pesados. Isso porque ainda é um aceno a um negócio ainda incipiente. "Esse mercado de conversão de automóveis pode surgir com o tempo", diz.
Anderson Frederico Dick, diretor geral da FuelTech, conta que a eletrificação deve ganhar relevância nos próximos anos. "A gente está diante da maior revolução da indústria automobilística e a gente vê como isso está impactando o mundo", diz.
A FuelTech ficará responsável pela montagem do equipamento nas mil oficinas mecânicas especializadas da empresa espalhadas pelo mundo. A WEG fará a produção dos inversores de sistemas auxiliares e do Powertrain, motor elétrico já utilizado em uma colaboração com ônibus e caminhões da Volkswagen e em aviões de pequeno porte monomotor da Embraer.
Para o professor de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Marcelo Alves, a conversão tem maior potencial de crescimento no mercado de veículos de coleção, já que a substituição dos motores vale o custo-benefício para donos de modelos antigos que querem continuar circulando nas cidades.
"É um nicho de mercado que pode explodir, assim como foi a conversão de GNV (Gás Natural Veicular)", diz Fabio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI). Com poucas empresas no mercado, ele cita o sucesso da californiana EV West, que vende kits de conversão para modelos clássicos por preços de US$ 7 mil a US$ 16 mil, assim como peças avulsas dos mais variados valores e tipos. No Brasil, segundo ele, não há nenhuma solução do tipo até agora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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