A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) lançou na manhã desta segunda-feira a Cemig S!M, novo braço da concessionária que atuará no mercado de geração distribuída, aquele segmento em que o consumidor pode gerar sua própria energia para consumo próprio a partir de fontes renováveis e cogeração, fornecendo o excedente à rede de distribuição, e, com isso, obtendo desconto na conta. A empresa resulta da fusão de outras duas subsidiárias do grupo: a Cemig GD e a Efficientia, esta última responsável pelo desenvolvimento de projetos na área de eficiência energética.
A companhia mineira de economia mista segue expandindo sua marca, mesmo diante do desejo do governador Romeu Zema (Novo) de privatizá-la. A Cemig S!M distribuirá a energia oriunda das chamadas “fazendas solares”, com diversas placas fotovoltaicas, construídas em 17 cidades do Norte e do Nordeste de Minas Gerais aos clientes. A oportunidade já está disponível para pessoas jurídicas, sendo inicialmente voltada a empresas que consomem entre 500 quilowatt-hora por mês e 50 mil kWh/mês.
“A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) ainda abrirá audiência pública para tratar de questões relacionadas à geração distribuída. Hoje, não há cobrança pelo transporte de energia nos fios da distribuidora e vemos uma evolução dessa cobrança, à medida que a geração para as empresas aumente. Mas, isso não afeta as empresas, pois os custos das placas solares nas ‘fazendas’ tendem a reduzir. Isso equilibra, de certa forma”, comentou o executivo, em evento inaugural promovido pela Cemig na sede da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
A nova subsidiária da Cemig foi criada em meio a um cenário de possível privatização da companhia, intenção já demonstrada pelo governo desde o início deste ano. O presidente da Cemig, Cledorvino Belini, disse que pensa no crescimento da estatal, independentemente das negociações políticas para a venda da concessionária.
“A Cemig continua buscando eficiência, produtividade, redução de custos. É a base do nosso trabalho. Ao mesmo tempo, buscamos bom atendimento aos clientes. Transformar consumidores em clientes efetivos, e essa nova empresa vem complementar esse trabalho. Com relação às usinas, a esses investimentos, elas já nascem privatizadas. Pois entraremos com minoria (49%), e empresários com o controle da empresa. Esse é o caminho que traçamos para desenvolver a Cemig”, explicou.