Luiz Araújo, dono da Pizzaria Cuca Libre, no Buritis, concorda. “Um dia é muito pouco para tantas opções de consumo que o cliente tem”, diz. Na avaliação do comerciante, os clientes interessados em comprar eletrônicos e eletrodomésticos podem visitar mais de uma loja e adquirir mais de um produto. “Dificilmente você iria em dois restaurantes na mesma noite”, compara. Em 2018, a pizza de calabresa, a mais pedida no estabelecimento, foi vendida a preços com desconto de 30%. Houve vendas, mas o movimento foi abaixo do esperado. Apesar disso, Luiz acredita que o setor tem que investir para “fortalecer a data”.
Até mesmo os restaurantes no modelo self-service estão aderindo à Black Friday. O Restaurante Família Daniel, instalado no Centro da capital, pretende vender limonada suíça por R$ 1 na data. O dono, Matheus Daniel, diz que o movimento não é muito diferente do que nos outros dias. Entretanto, acredita que é bom para o cliente conhecer o produto, especialmente os que não costumam pedir bebida durante o almoço.
“Uma vez provando, acaba repetindo.” O restaurante também tem serviço de delivery, que, durante a Black Friday, entrega o prato carro-chefe da casa por até R$ 6,99. Matheus conta que, no ano passado, o número de pedidos mais que dobrou durante a campanha: de 750 para 1.600. “Deu uma visibilidade muito boa para a empresa”, conta.
A DATA
A Black Friday deste ano será em 29 de novembro. Antes mesmo da sexta-feira, o varejo já começa a reduzir os preços. A recomendação dos especialistas é para que o consumidor comece a pesquisar o quanto antes, para garantir bons descontos. Os campeões de vendas nesse período são os eletrônicos e eletrodomésticos, especialmente smartphones e televisores. A campanha é inspirada no mutirão de descontos que ocorre depois do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, e que inicia o período comercial de fim de ano.
O presidente da Abrasel-MG, Ricardo Rodrigues, conta que os bares e restaurantes que aderiram à Black Friday no ano passado fizeram um bom negócio. No entanto, o comerciante defende que as promoções sejam feitas com ofertas verdadeiras, já que o histórico da campanha no Brasil é marcado por descontos falsos. “O brasileiro continua querendo enganar o consumidor. Mas quando (o desconto) é real, é positivo”, diz.
Segundo ele, uma boa ideia é cortar pela metade o preço do chope em determinados horários. Além disso, produtos que têm prazo de validade curto são bons candidatos, já que a promoção ajuda a “queimar o estoque”. O dirigente da Abrasel argumenta que os proprietários “não têm que vender perdendo”. A criatividade, na avaliação dele, é o segredo para atrair os clientes na campanha.
De acordo com pesquisa da Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio - MG), apenas 6% dos consumidores de Belo Horizonte compraram produtos alimentícios durante a Black Friday de 2017. O levantamento também concluiu que 1,4% dos moradores da capital tinham intenção de aproveitar a edição de 2018 para gastar com alimentos e bebidas. (FQ)
* Estagiário sob supervisão da subeditora Marta Vieira
"A expectativa de movimentação de clientes é grande para
este ano. É uma oportunidade"
Ricardo Rodrigues,
presidente da Abrasel–MG
promoções
30%
é o desconto que será oferecido em bebidas e alimentos
R$ 1
será o preço da limonada em um bar do Centro de BH