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Estado de Minas TELEFONIA

Claro mira Oi e diz não ter pressa para implementar 5G

Depois de comprar a Nextel, operadora entra na disputa pelos ativos da endividada companhia brasileira


postado em 21/10/2019 04:00

Daniel Hajj, presidente da América Móvil, dona da Claro, anunciou a novidade durante teleconferência (foto: Alamy.com/Reprodução)
Daniel Hajj, presidente da América Móvil, dona da Claro, anunciou a novidade durante teleconferência (foto: Alamy.com/Reprodução)




São Paulo – A América Móvil, detentora da Claro, assumiu o interesse da empresa em adquirir a concorrente Oi. O presidente da companhia mexicana, Daniel Hajj, divulgou a notícia durante a teleconferência destinada a divulgar o balanço do terceiro trimestre de 2019. Ele também explicou que não há previsão de aumento dos investimentos para implantar o 5G em 2020.

A Claro se propõe a discutir as possíveis negociações voltadas aos ativos de telefonia móvel, infraestrutura de rede e assinantes da Oi. Mas, segundo fontes próximas da empresa, ainda não há contatos oficiais em andamento.

A ideia de comprar a Oi surgiu logo depois da recente aquisição da Nextel, já aprovada pela Anatel e pelo Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo projeções feitas pela direção da Claro, é provável que a transação seja concluída em novembro. A elevação dos limites de frequência em São Paulo e Rio de Janeiro, portanto, só provocaria impactos nos próximos trimestres.

O burburinho em torno da eventual transferência da Oi agita o ambiente da telefonia. Como se não bastasse o namoro da Claro, mais dois pesos pesados estão de olho nela: a TIM e a Vivo, que estariam dispostas a se unir à Claro para comprá-la e, posteriormente, dividi-la.

A Oi não comenta publicamente a possibilidade de um acordo imediato vara a venda de seus ativos. Enquanto isso, o diretor de operações, Rodrigo Abreu, ex-CEO da TIM, admite que não há como buscar financiamento sem que a empresa se desfaça da operação móvel no curto prazo.

Para concretizar o plano operacional de expandir a fibra óptica FTTH, seria preciso vender ativos não-estratégicos, como imóveis, torres, data centers e a participação de 25% na operadora angolana Unitel. O desfecho dependeria do aval da Anatel, já que a legislação vigente impõe às prestadoras limites máximos de espectro por município.
 
 
A Oi não comenta publicamente a possibilidade de um acordo imediato vara a venda de seus ativos(foto: Oi Futuro/divulgação)
A Oi não comenta publicamente a possibilidade de um acordo imediato vara a venda de seus ativos (foto: Oi Futuro/divulgação)
 
INFRAESTRUTURA 

O presidente da América Móvil aproveitou a teleconferência para avisar que não prevê a ampliação de investimentos para implantar o 5G em 2020. O executivo disse que não há pressa para adotar a tecnologia na região. Segundo ele, porém, a Áustria deve receber o avançado sistema já em fevereiro.

Hajj revelou que já foram liberados recursos financeiros para a melhoria de infraestrutura terrestre para o futuro lançamento do 5G. Embora não tenha pressa, ele manifestou a intenção de colocar a Claro como primeira operadora a consumar esse objetivo. O próximo leilão de frequências ocorreria em março de 2020, mas ficou para o segundo semestre. Motivo: possíveis interferências da frequência de 3,5 GHz pela TV aberta via satélite. Oi, TIM e Algar, porém, testam a tecnologia escoradas na licença especial da Anatel.

A disputa pela Oi terá outros concorrentes de peso. A operadora americana AT&T demonstrou oficialmente seu interesse em comprar a Oi no Brasil ainda em 2019. A aquisição dependeria de algumas condições estabelecidas pelo presidente da empresa, Randall Stephenson. Ele se reuniu, no fim de agosto, com o presidente Jair Bolsonaro e garantiu que a compra neste ano somente ocorreria em troca do apoio do governo na mudança da chamada Lei da TV Paga – ou Lei do SeAC.

Atualmente, a legislação brasileira impede a chamada “propriedade cruzada”. Na prática, um grupo de telecomunicações não poderia deter mais de 50% de um grupo de mídia e mais de 30% de uma operadora de forma simultânea. Em junho de 2018, a AT&T comprou a Time Warner e passou a ser dona dos canais pertencentes à empresa adquirida. No entanto, a companhia também tem a operadora de TV por assinatura SKY no Brasil.





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