Não é apenas o setor de educação que está movimentando as fusões e aquisições. Em toda a economia, 55 operações envolvendo empresas brasileiras somam R$ 108,6 bilhões no primeiro semestre deste ano, resultado 20% superior aos R$ 90,6 bilhões contabilizados nos seis primeiros meses do ano passado, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
O destaque é para as operações que movimentaram mais de R$ 1 bilhão, que tiveram participação recorde na série histórica da Anbima, iniciada em 2009. Do total, 36,3% das transações foram superiores a esse valor, sendo que 5,5% passaram de R$ 10 bilhões. “Estamos em um momento de otimismo na economia, com o encaminhamento de reformas estruturais importantes, como a da Previdência. Isso tem refletido nos resultados de fusões e aquisições e também no mercado de capitais em geral, tanto em operações de ações quanto de dívida”, disse o coordenador do Grupo de Trabalho de Fusões e Aquisições da entidade, Dimas Megna. “O mercado mais aquecido favorece a tomada de decisão das companhias.”
No ranking dos maiores negócios estão a venda da Transportadora Associada de Gás (TAG) pela Petrobras, por R$ 34,2 bilhões, a aquisição da Avon pela Natura, por R$ 14,9 bilhões, e o negócio entre a Petronas e a Petrobras no Campo Tartaruga Verde, por R$ 10,3 bilhões.
TRANSAÇÕES
O setor de petróleo e gás concentrou a maior parte do volume movimentado no primeiro semestre (44,6%), influenciado pelas transações envolvendo a Petrobras. Cinco operações no segmento somaram R$ 48,4 bilhões.
Na sequência, aparece comércio atacadista e varejista, com fatia de 14% (R$ 15,2 bilhões e quatro operações), resultado puxado pela compra da Avon pela Natura. Os setores de transporte e logística e de TI e telecomunicações ocupam a terceira e a quarta colocações, respectivamente, com R$ 8,1 bilhões em cinco negócios e R$ 7,9 bilhões e seis transações. (JM)