Em sua segunda tentativa de abrir o capital em menos de um ano, o mineiro BMG, controlado pela família Pentagna Guimarães, conseguiu emplacar dessa vez sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), que movimentou R$ 1,6 bilhão. Com o interesse de grandes fundos estrangeiros, a demanda superou a oferta em quatro vezes, tirando da conta os investidores pessoas físicas, que acabam fazendo fila para entrar na oferta. A ação foi precificada em R$ 11,60, no piso da faixa indicativa de preço.
A oferta primária, que injetou recursos no caixa do banco, levantou R$ 1,2 bilhão, com a venda de 103,4 milhões de ações. Desse total, conforme definiu em seu prospecto preliminar, 45% deverão ser destinados a investimentos em linhas de negócios existentes, 45% em novos produtos e os 10% restantes em inovações tecnológicas, além de iniciativas de marketing.
A oferta secundária, por sua vez, girou R$ 400 milhões, que foi para o bolso de Flávio Pentagna.
Na B3, a ação será negociada com o "ticker" "BMGB11" e deve ser negociado pela primeira vez na próxima segunda-feira, dia 28.
O mineiro vai colocar os pés na bolsa avaliado em cerca de R$ 7 bilhões, o que o coloca entre os outros dois bancos já listados com a "pegada" mais digital, o Pan e o Inter, avaliados em bolsa atualmente em R$ 4 bilhões e R$ 13 bilhões, respectivamente.
Fundado há quase 90 anos pelo médico Antônio Mourão Guimarães, o BMG é líder em cartão de crédito consignado e conta hoje com 3,8 milhões de clientes. Sob essa ótica, está à frente dos bancos nativos digitais. O número 1 deste mercado, o também mineiro Inter, por exemplo, somava 3,263 milhões de clientes ao fim de setembro. No entanto, quando considerado apenas o banco digital do BMG, lançado há um ano, a instituição tem mais de 450 mil contas abertas, ficando atrás de seus concorrentes.
Foram coordenadores da oferta a XP, Itaú BBA, Credit Suisse, Brasil Plural e BB Investimentos.
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