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Estado de Minas

Petroleiros mantêm greve em Minas apesar de proposta do TST

Sindipetro diz que Petrobras passa por uma privatização velada e que Regap será uma das primeiras empresas a serem vendidas


postado em 26/10/2019 10:06 / atualizado em 26/10/2019 15:54

Petroleiros fizeram reunião em frente à Regap na manhã deste sábado e decidiram manter a greve até fazer assembleia única(foto: Felipe Pinheiro / EM / D.A. Press)
Petroleiros fizeram reunião em frente à Regap na manhã deste sábado e decidiram manter a greve até fazer assembleia única (foto: Felipe Pinheiro / EM / D.A. Press)

A decisão nacional dos petroleiros tomada na noite dessa sexta-feira, de suspender a greve da categoria, não vale para os profissionais mineiros, que continuam com os braços cruzados até que uma nova assembleia única seja feita. A deliberação será marcada para segunda ou terça-feira, de acordo com o Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro).

A greve começou na manhã deste sábado (26), quando pelo menos 60 trabalhadores não entraram para a troca de turno na Refinaria Gabriel Passos (Regap).

Apesar de a greve estar mantida, funcionários da Regap e da Termelétrica Aureliano Chaves se reuniram na manhã deste sábado e terão encontro à tarde com o próximo grupo que chega para deliberar se eles mantêm o corte de rendição. Mas ainda que eles decidam entrar para trabalhar, a greve continua aprovada e dependendo de deliberação para ser finalizada.

Segundo coordenador do Sindipetro, Anselmo Braga, a pauta é a renovação do acordo coletivo e a manutenção dos empregos, ameaçados com a possível privatização. “Queríamos a renovação por dois anos, como vem sendo feito há um bom tempo, mas a empresa só oferece um, porque a Petrobras está fazendo uma privatização velada, ela está sendo fatiada e vendida às partes”, afirma.

De acordo com Anselmo Braga, a Regap é a que tem o processo mais adiantado para a venda. Por isso, diferentemente do que ocorreu nacionalmente, a categoria aprovou a greve iniciada nesta manhã, para desfazer isso, é preciso convocar uma nova assembleia por meio de edital.

Greve mantida


“A greve está mantida em Minas. Os trabalhadores têm a opção de entrar pra trabalhar, mas também de voltar para casa até que a greve seja desfeita por uma assembleia. Vamos soltar o edital chamando essa assembleia para segunda ou terça-feira e aí decidir se a categoria em Minas aceita ou não a proposta do Tribunal Superior do Trabalho e se a grev continua ou não”, disse.


Na noite dessa sexta-feira, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) decidiu suspender a greve que havia programado para iniciar hoje, depois de  o Tribunal Superior do Trabalho (TST) acatar quatro das seis sugestões feitas pelos sindicalistas para melhorar a proposta de mediação com os trabalhadores e a Petrobras.

Também na noite de ontem, a Petrobras informou ter aceitado os termos apresentados pelo TST para o acordo coletivo de trabalho 2019-2020. Além de Minas, ficou de fora do acordo o Sindpetro RJ, que se recusou a assinar a proposta inicial do TST.

Entre as sugestões da Fup incorporadas pela proposta do TST estão a limitação em 30% da participação dos empregados no plano de saúde da estatal. O texto também admite a participação dos sindicatos na implantação de turnos de 12 horas para empregados em terra, faz ajuste na proposta sobre o banco de horas, com metade das horas excedentes sendo pagas e a outra metade compensada, determinou um reajuste maior para o plano de saúde e permitiu o recolhimento da mensalidade sindical.

Desabastecimento


De acordo com o coordenador do Sindipetro/MG, a intenção dos petroleiros mineiros não é gerar desabastecimento de combustíveis, mas isso não está descartado.


“Se a greve continuar pode faltar combustíveis para a população em geral, não para os serviços essenciais e não por culpa do sindicato, que está aberto a negociar troca de trabalhadores lá dentro. Se a empresa ficar irredutível e não negociar a troca vamos à Justiça para tirar eles lá de dentro e aí pode até ter que parar”, explicou.


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