O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou não ver problemas na redução dos repasses do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para a instituição de fomento. Pela Constituição, 40% da receita anual vai para o funding do BNDES, mas o conjunto de propostas de reformas anunciadas pelo governo federal na semana passada prevê uma redução nesse montante.
"O valor de um banco não é medido pelo passivo", afirmou Montezano, ao comentar os resultados financeiro do terceiro trimestre. O executivo citou a capacidade de atender clientes e a expertise na alocação de recursos como aspectos mais importante na avaliação de uma instituição financeira.
Segundo Montezano, o passivo, ou seja, as fontes de recursos captados pelo banco, é apenas uma variável da operação bancária. Para o presidente do BNDES, a decisão sobre o destino dos recursos do FAT cabe ao governo e ao Congresso Nacional. O executivo frisou ainda que as linhas de funding podem ser substituídas e que o BNDES possui em torno de R$ 130 bilhões em caixa.
Apesar do caixa robusto, Montezano evitou fazer estimativas sobre o quanto o BNDES poderá devolver antecipadamente da dívida com o Tesouro em 2020. Já estão previstos em torno de R$ 26 bilhões, conforme cronograma firmado no fim de 2018, mas o Ministério da Economia quer mais. Este ano, as devoluções extraordinárias ficaram em R$ 100 bilhões, além dos R$ 26 bilhões já previstos.
Segundo Montezano, a capacidade de devolução está sendo estudada pelo banco no âmbito do planejamento trienal do BNDES. A previsão é que esse planejamento, com o valor da devolução, seja anunciado na segunda ou terceira semana de dezembro.
Os diretores do BNDES informaram também que todas as operações do banco com a Odebrecht já foram provisionadas, num total de R$ 8 bilhões, como disse a diretora Financeira, Bianca Nasser.
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