O governo brasileiro terá uma visão muito pragmática em relação ao futuro do Mercosul, disse nesta quinta-feira o secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo. As decisões serão baseadas sobretudo nos interesses do País.
Nesse caso, o foco é a integração do País à economia mundial. Em pronunciamento no Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), ele destacou que a sintonia entre a Casa Rosada do ex-presidente argentino Mauricio Macri e o Planalto do presidente Jair Bolsonaro foi fundamental para a concretização do acordo Mercosul-União Europeia.
O presidente Jair Bolsonaro foi explícito quanto à decepção na eleição do peronista Alberto Fernandez à presidência da Argentina e chegou a dizer que não o cumprimentaria pela vitória, o que deixou no ar questionamentos sobre a possibilidade de entendimento com o vizinho e sobre qual será o destino do Mercosul.
"Não vamos nos permitir trafegar em velocidade de comboio, onde todos andam na velocidade do carro mais lento. Nossa disposição em integrar a economia brasileira à economia internacional é inabalável", destacou. "A postura em relação ao Mercosul vai refletir essa determinação", disse.
Troyjo alertou ainda para o perigo de o País ficar enredado com o que chamou de "armadilha mexicana", onde os benefícios de acordos comerciais foram bastante questionados, porque o país não fez as reformas estruturantes concomitantemente.
"É por isso que digo que o grande acordo comercial que o Brasil precisa fazer é consigo mesmo", afirmou, mencionando a importância das reformas como a da Previdência e a aceleração do processo de privatização para colocar o Brasil à frente de outros emergentes e como um país vitorioso no cenário internacional na década de 2020.
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