O crescimento da dívida no setor corporativo não financeiro dos Estados Unidos nos últimos anos, embora possa não ser o "catalisador" para uma recessão, deve "exacerbar" a próxima crise econômica, avalia o Well Fargo.
O banco americano ressalta, em relatório, que, em caso de uma recessão, companhias não financeiras podem demitir trabalhadores para tentar segurar a lucratividade, devido à alta do endividamento na última década.
"Em um esforço para restaurar sua lucratividade em queda, essas empresas poderiam reduzir as folhas de pagamento, o que pesaria nos gastos dos consumidores e, assim, aprofundaria a recessão", explica o Wells Fargo, acrescentando que a saúde financeira do setor está hoje "mais frágil" do que há um ano.
O banco pondera, no entanto, que a visão de participantes do mercado e as métricas analisadas no relatório indicam que um "estresse financeiro significativo" no setor "não parece provável", pelo menos neste momento. O Wells Fargo destaca, ainda, que o cenário era mais preocupante no ano passado, antes de o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) iniciar um ciclo mais acomodatício da política monetária. "A flexibilização empreendida pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) desde julho deve ajudar a diminuir as tensões financeiras que o setor possa estar sentindo", analisa o banco.
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