Alguns consumidores aproveitaram as ofertas desde a noite desta quinta-feira, debaixo de chuva, e outros decidiram acordar cedo para não perder as promoções. Como ainda há desconfiança com relação aos descontos, pesquisar ou conhecer os preços anteriormente é regra. Em geral, os consumidores não pretendem comprar nada além do que levaram na sexta-feira, nem adiantar os presentes de Natal. Com as condições de pagamento especiais oferecidas pelo varejo, o pagamento à vista é o mais comum.
A previsão do comércio é que a campanha renda pouco mais de R$ 2,2 bilhões em faturamento em Belo Horizonte, somados o comércio das lojas físicas e on-line. A expectativa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) é de que a Black Friday injeta R$ 2,09 bilhões nos caixas das lojas da capital. A cifra significariacrescimento de 2,9% em relação ao ano passado. Já de acordo com o site oficial da Black Friday no Brasil, blackfriday.com.br, BH deve ficar com R$ 136 milhões em faturamento nas compras pela internet.
Adryemi Lima, de 18 anos, comprou um televisor por R$ 3,5 mil, frente ao preço de tabela de R$ 5,5 mil e vai pagar o produto num plano parcelado. Ela levou ainda um notebook por quase R$ 1 mil abaixo do preço anteriormente anunciado, de R$ 2,5 mil. Ao lado da mãe, Adryemi estava no centro da cidade desde 10h pesquisando as ofertas. “A gente já estava querendo comprar, entramos em todas as lojas. Agora quero comprar roupa no shopping, à noite, se o preço estiver bom também. Em certas lojas os descontos da Black Friday valem a pena. Em outras, é Black Fraude”.
Orlando José dos Santos, de 59, comprou uma panela de presente para a mulher e uma máquina para cortar cabelo. Ele conta que a panela, que normalmente é anunciada por cerca de R$ 50, custou R$ 25. Já o aparelho, de qualidade melhor do que ele normalmente usa, custou R$ 30, com desconto sobre o preço original anunciado, de R$ 100. “A minha máquina estragou, aí passando aqui, vi o preço. Pelo preço que eu comprei aqui valeu a pena. Agora ia entrar na loja pra comprar desodorante e sabonete, mas do jeito que lá está cheio não vou mais não. Agora vou comprar presente só para os netos, bem perto do Natal mesmo”.
Marília Oliveira dos Santos, de 47, aproveitou os descontos e comprou micro-ondas, forno elétrico e smartphone, tudo por R$ 1.200 à vista, pagos no cartão de débito.“Acho que foi um bom desconto, porque o micro-ondas é muito bom, e eu já estava querendo comprar. Antes estava em um valor de R$ 800. Eu espero a Black Friday todo ano pra comprar. Ano passado comprei uma geladeira e uma máquina de lavar”. O marido de Marília, Joaquim Sampaio, diz que ainda quer comprar um carro durante a campanha.
Daniele Inácio, de 32, estava no ponto de ônibus com vários pacotes. Ela gastou R$ 127 na compra de um liquidificador, uma panela e até tinta para cabelo. O liquidificador custou R$ 80 e cada caixa da tinta foi comprada quase pela metade do preço, de R$ 20 por R$ 11. “Eu olhei pela marca. O liquidificador, de uma marca boa, por R$ 80? Com certeza normalmente não é R$ 80. Nesse caso, confio no desconto. Saí de casa não era nem 5h da manhã. Vim cedo, comprei, deixei uma amiga minha na fila com o dinheiro, fui trabalhar, voltei e peguei agora. Paguei no dinheiro, com o 13º salário que saiu hoje.
Juliana Ribeiro, de 31, e Maria José Ribeiro, de 52, aproveitaram que estavam no centro e compraram um televisor por R$ 979. Mas mãe e filha não deixaram de pesquisar os preços. “Paguei parcelado no cartão. Agora não devo comprar outra coisa. Na rua está cheio, mas não lotado. Mas tentei entrar em uma loja, e não tinha como, de tão cheio que estava”, diz Juliana.
Antônio José, de 61, comprou uma máquina de lavar por R$ 400, por meio do cartão de crédito. Mas garante que não pagou o preço de Black Friday. “Eu olhei antes, hoje eu vim comprar e não está na Black Friday. Não são todos os produtos que estão na promoção. Mas estava passando e resolvi comprar. Tive que comprar porque a minha queimou, por necessidade. Acho que o comerciante retira uns R$ 200, R$ 300 de cada produto aí. Então o preço não está ruim não, está bom”.
*Estagiário sob supervisão da sub-editora Marta Vieira