Desejos e necessidades do consumidor, em meio à crise da economia e ao orçamento apertado, foram parcialmente satisfeitos ontem, em Belo Horizonte, na megacampanha de liquidações do varejo Black Friday, que ainda não acabou. A promessa de descontos “imperdíveis” de um comércio ávido por atrair clientes às lojas continua até amanhã em diferentes redes e shopping centers. A previsão é de que o conjunto das ofertas renda pouco mais de R$ 2,2 bilhões em faturamento na capital mineira, somados os negócios nas lojas físicas e on-line.
A expectativa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) é de que a Black Friday injete R$ 2,09 bilhões nos caixas das lojas da capital. A cifra significará, uma vez confirmada, crescimento de 2,9% em relação ao ano passado. Já de acordo com o site oficial da Black Friday no Brasil, blackfriday.com.br, BH deve ficar com R$ 136 milhões em receita de vendas pela internet.
Com ações e condições especiais próprias, os shoppings centers de Belo Horizonte estenderam a maratona até amanhã. Além dos grandes centros de compra, até quem quiser adquirir um imóvel terá um tempo a mais. As lojas do Shopping Cidade, no Centro da capital, anunciam descontos que podem chegar a 70%. O Shopping Del Rey, na Região da Pampulha, também terá promoções até 21h de amanhã. Descontos podem chegar a 95%.
A Black Friday também será prolongada no Shopping Contagem, que vai manter as ações até as 20h de amanhã, com cortes nos preços de até 70%. Não é só no varejo que o consumidor ainda encontrará descontos durante o final de semana. A construtora e incorporadora mineira MRV e a rede especializada em chocolates da Kopenhagen estenderão suas promoções hoje e amanhã.
Pesquisa e reclamação
O esforço dos lojistas para atrair os consumidores, anunciando condições “imperdíveis” na data oficial da megacampanha de promoções do varejo Black Friday, foi recompensado pela corrida de clientes carregando pelas ruas pacotes com eletrodomésticos, eletrônicos e utensílios domésticos, como máquinas de lavar, smartphones e panelas, além de itens de higiene pessoal. Mas também houve quem entrasse nas lojas para pesquisar os preços e desconfiasse das ofertas, preferindo sair de mãos vazias.
O deslocamento de pessoas para as lojas físicas durante a Black Friday foi 60% maior do que em outras sextas-feiras comuns de 2018, apontou um levantamento feito pelo aplicativo de navegação Waze. Para chegar à essa conclusão, o Waze analisou o comportamento de seus usuários ativos no dia da Black Friday 2018 e comparou com outras sextas-feiras do mesmo ano, pois o último dia útil da semana é o que normalmente já apresenta uma maior movimentação em relação aos outros.
Em BH, alguns consumidores aproveitaram as ofertas desde a noite de quinta-feira, debaixo de chuva, e outros decidiram acordar cedo ontem para não perder as promoções. Como ainda há desconfiança com relação aos descontos, pesquisar ou conhecer os preços anteriormente é regra. Em geral, os consumidores não pretendem comprar nada além do que levaram na sexta-feira, nem adiantar os presentes de Natal. Com as condições de pagamento especiais oferecidas pelo varejo, as compras à vista foram muito frequentes.
*Estagiário sob supervisão da subeditora Marta Vieira