Brasília – O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil está a caminho de um upgrade na nota de crédito dada por agências de rating e que isso pode ocorrer em um prazo menor do que dois anos. Ontem, a Standard & Poor's reajustou de estável para positiva a sua perspectiva para a nota BB- do Brasil, o que indica possibilidade de melhora nos próximos dois anos. “A S&P está percebendo a efetividade das reformas que estamos implementando. A expectativa é de que estamos a caminho do upgrade, isso geralmente leva dois anos, mas eu acho até que vamos conseguir antecipar”, afirmou, ao deixar um almoço com a Frente Parlamentar da Indústria de Máquinas e Equipamentos.
Guedes frisou que a melhoria na perspectiva mostra que a economia brasileira está melhorando. Ele listou a aprovação de reformas e a redução do déficit fiscal e da taxa de juros. “O Brasil está reacelerando, os investimentos estão sendo retomados. Se mantivermos ritmo de reformas, o Brasil vai retomar crescimento acelerado muito rapidamente”, afirmou.
O rating é uma nota dada por agências internacionais de acordo com a capacidade de pagamento da dívida por um país. Ontem, a S&P, ao melhorar a perspectiva para o Brasil, destacou que o governo continua a implementar medidas de consolidação voltadas para reduzir o “ainda grande déficit fiscal” do país. “Isso, junto com taxas de juros mais baixas e a gradual implementação de uma agenda de reforma, devem contribuir para um crescimento e perspectivas de investimento um pouco mais fortes ao longo dos próximos três anos, contanto que prossiga uma melhora gradual nos resultados fiscais”, disse a agência.
"A expectativa é de que estamos a caminho do upgrade, isso geralmente leva dois anos, mas eu acho até que vamos conseguir antecipar”
Paulo Guedes, ministro da Economia
Reformas
O secretário especial da Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, também comentou a possibilidade de o Brasil recuperar o grau de investimento “em um curto período de tempo.” “O ponto central é que o endereçamento estrutural da questão fiscal está sendo feito”, disse o secretário em entrevista à Globonews, citando a aprovação da reforma da Previdência e a perspectiva de aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) do pacto federativo e de apresentação das reformas administrativa e tributária. Segundo o secretário, por causa das políticas de austeridade fiscal do governo, o déficit primário deve ficar em 1% do PIB em 2019, o equivalente a R$ 80 bilhões. No início do ano, a perspectiva era de déficit fiscal de R$ 139 bilhões.
Waldery defendeu que, mesmo com as eleições de 2020, o Congresso deve analisar e aprovar no ano que vem as propostas de reforma do governo, que ele classifica como “agenda de transformação do Estado”. “A reforma tributária é uma exigência da sociedade”, disse. Ele garantiu que o governo trabalha com o cenário de apresentar no ano que vem uma proposta de reforma administrativa e de uma reforma tributária. O secretário destacou ainda que o governo visualiza um processo de melhora na economia. “Teremos o melhor Natal dos últimos anos no país”, afirmou, após falar do desempenho do setor de serviços, que, em outubro, mostrou crescimento de 0,8%.