Os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste iniciaram janeiro com níveis de armazenamento mais baixos que em 2019. No domingo, 5, registravam 20% de armazenamento, contra 28% há um ano. Para prevenir problemas no abastecimento de energia, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Barata, conta com chuvas intensas até março e com a geração das usinas do Norte do País. Ele avalia que o País não vive a mesma recessão climática do ano passado.
"No ano passado nós tivemos o início da estação chuvosa efetivamente em outubro, e até um início bastante generoso", explicou o diretor-geral. "Mas, em contrapartida, em meados de novembro, tivemos período chuvoso extremamente seco e um dos janeiros mais secos desde que começou o estudo, o que fez que o começo do ano de 2019 nos preocupasse."
Barata destacou que, pela primeira vez, o ONS vai contar com toda a energia gerada pelas grandes hidrelétricas do norte do País para abastecer o Sudeste. Agora, essas usinas têm redes de transmissão mais robustas após a conclusão antecipada do bipolo da usina de Belo Monte. Ele explicou também que a baixa nos reservatórios na comparação com 2019 se deu principalmente pelo início do período das chuvas. Em 2018, veio mais cedo. Isso não foi ocorreu em 2019.
"No final de 2019 e começo de 2020, a estação chuvosa começou no final de novembro e não começou bombando tanto como no ano passado, mas temos sinais que indicam uma estação com bastante chuva em cima dos reservatórios", disse o diretor-geral. Ele ainda não pôde dizer se as chuvas ficarão acima ou abaixo da média histórica, mas descartou a repetição da estiagem fora de época do início de 2019.
Além das linhas de transmissão, Barata lembrou que a usina de Belo Monte está completa. Sua última turbina foi instalada no ano passado, e será possível aproveitar por alguns meses a geração de 11.300 megawatts instalados.
"Nossa expectativa é que vamos poder, ao longo do período chuvoso, e que no Norte vai até maio, comecinho de junho, explorar as usinas do Madeira (Santo Antonio e Jirau ) e Belo Monte e Tucuruí, de modo que essa energia vai permitir a recuperação dos reservatórios do Sudeste", explicou. Ele informou que as usinas do Rio Madeira já estão inclusive vertendo água, o que significa maior geração.
Barata garantiu que não será por falta de energia elétrica que a economia brasileira não crescerá. Informou ainda que, na reunião de quarta-feira, 8, do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), apresentará um estudo no qual considera a necessidade de geração para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 3,5% e 4%. Para a previsão atual, em torno dos 2,3% a 2,5%, a energia já está garantida, informou Barata.
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