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Estado de Minas ECONOMIA

Cemig troca presidente em meio ao debate sobre a privatização da empresa

Reynaldo Passanezi Filho substituirá Cledorvino Belini, que assumiu o cargo em fevereiro de 2019


postado em 13/01/2020 10:47 / atualizado em 13/01/2020 15:53

Governador de Minas pretende privatizar empresas estatais ou mistas, entre elas a Cemig(foto: Divulgação/Cemig)
Governador de Minas pretende privatizar empresas estatais ou mistas, entre elas a Cemig (foto: Divulgação/Cemig)
Menos de um ano após assumir o comando da Cemig, Cledorvino Belini anunciou na manhã desta segunda-feira (13) que deixou a presidência da estatal mineira.

Após reunião do Conselho de Administração da companhia energética, o economista Reynaldo Passanezi Filho foi anunciado como novo presidente da Cemig. A troca acontece em meio a um debate sobre a privatização da empresa.

Em carta, o ex-diretor da Fiat no Brasil entre 2004 e 2015, se despediu dos funcionários e citou que sua saída se deve a questões pessoais, sem dar detalhes do motivo. Belini havia assumido o comando da companhia em fevereiro do ano passado e era considerado peça estratégica do governador Romeu Zema (Novo) para levar à estatal soluções adotadas na iniciativa privada.

A intenção do governo estadual, que era apoiada pelo agora ex-presidente, é privatizar a empresa ainda em 2020, como medida para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e aumentar os investimentos no setor energético de Minas Gerais.

“É com sentimento de dever cumprido que anuncio minha saída da presidência da Cemig. Esta é uma grande empresa, não apenas pelo tamanho e responsabilidades que tem no atendimento a 774 municípios do estado, mas também pela sua história e pela consistência e competência que conduziu o desenvolvimento de Minas Gerais desde que foi criada por Juscelino Kubitschek”, disse Belini em sua carta de despedida.

Ele continuará participando do Conselho de Administração da empresa. Segundo Belini, em 2019 a Cemig zerou as obras atrasadas e reduziu os cargos de liderança na empresa em 25%.

“A dívida foi reperfilada e seu custo reduzido significativamente. Fizemos uma reestruturação administrativa inédita na história da empresa, com redução de 25% dos cargos de liderança. A Cemig conseguiu equacionar um plano de investimentos para o atual ciclo (até 2022), de R$ 8,2 bilhões”, disse o ex-presidente.

Os baixos investimentos da Cemig na ampliação da transmissão de energia e na qualidade do atendimento em várias regiões do estado são apontados pelo governador Zema como principal motivo para a privatização da empresa.

Segundo o governador, são necessários R$ 21 bilhões para que a Cemig consiga atender às demandas atuais de empresas e consumidores mineiros. Sem esse recurso, a empresa precisaria de aportes do governo para fazer tais investimentos, o que não é viável de acordo com Zema.

O plano do governo estadual de privatizar a Cemig encontra resistência na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG). Vários deputados fizeram críticas no último semestre aos vídeos postados pelo governador em suas redes sociais com críticas à estatal.

O secretário de Estado de Governo Bilac Pinto considera que a privatização da Cemig precisará ser discutida com o Poder Legislativo ainda este ano, mas espera primeiro aprovar a venda da Codemig e o reforma da previdência que atinge os servidores estaduais.

Novo presidente

Apresentado na manhã desta segunda-feira (13), logo após o anúncio da saída de Cledorvini Belini, o economista Reynaldo Passanezi Filho falou sobre o desafio de liderar a empresa em momento de mudanças e enalteceu as medidas tomadas pelo antecessor ao longo de 2019.

“Tenho um respeito imenso às conquistas já alcançadas. Vamos seguir na linha mestra do planejamento estratégico. Meu compromisso é engrandecer ainda mais a Cemig e prestar serviço à sociedade com qualidade e preços competitivos”, afirmou Passanezi.

Doutor em economia pela Universidade de São Paulo (USP), Passanezi é graduado em direito pela PUC-SP e tem especialização em gestão, liderança e inovação pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Ele já passou por cargos de liderança em empresas do setor elétrico, como a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (ISA CTEEP), e do setor financeiro, como representante do BBVA no Brasil.


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