O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou, em dezembro, quatro empréstimos para exportações de aviões, ônibus e caminhões, por parte de Embraer, Marcopolo, Mercedes e Scania, no valor total de US$ 370 milhões. Em nota, o banco estimou que as exportações financiadas garantirão a manutenção de 38 mil empregos no País.
A maior das operações foi para a fabricante de aviões Embraer, que tomou empréstimo de US$ 285 milhões para financiar a exportação de 11 aeronaves modelo E175 para a American Airlines, nos Estados Unidos. O crédito corresponde a 85% do investimento total do projeto, de US$ 335,3 milhões.
"O empréstimo ajuda a manter a liderança dos aviões produzidos no Brasil no mercado norte-americano de aeronaves regionais", diz a nota do BNDES.
Dois empréstimos financiarão a compra de 258 ônibus para o Sistema de Transporte Urbano da cidade de Santiago do Chile, que serão fornecidos pela Marcopolo e pela subsidiária brasileira da Mercedes. Somadas, as operações chegam a US$ 70,7 milhões.
O quarto empréstimo aprovado em dezembro para exportações pelo BNDES foi de US$ 15 milhões, para financiar a venda de ônibus e caminhões fabricados pela subsidiária brasileira da Scania para diversos importadores no Peru. Segundo o banco de fomento, esses contratos de venda para o Peru permitirão ampliar a capacidade instalada da fábrica da Scania no ABC Paulista, o que permitiria a manutenção de 3 mil postos de trabalho.
O financiamento às exportações está entre as atividades de maior polêmica envolvendo o BNDES nos governos do PT, mas os problemas foram concentrados nas operações para apoiar as exportações de serviços de engenharia, ou seja, obras de infraestrutura no exterior tocadas pelas grandes construtoras brasileiras - que acabariam envolvidas em casos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato.
Ainda assim, as vendas de bens de capital sempre foram destaque no financiamento do comércio exterior pelo BNDES. Tanto que a fabricante de aviões Embraer é o segundo maior cliente do banco de fomento entre 2004 e 2018, tendo recebido R$ 49,4 bilhões no período.
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