(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Chuva em BH: 2.500 estabelecimentos comerciais tiveram prejuízo

Levantamento da CDL/BH aponta que perdas dos empresários da capital com os estragos causados pelas chuvas foi de R$ 16.405,30 em média


postado em 03/02/2020 15:51 / atualizado em 03/02/2020 17:09

Comércio na Praça Marília de Dirceu, uma das regiões mais afetadas pelos temporais do dia 28(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press )
Comércio na Praça Marília de Dirceu, uma das regiões mais afetadas pelos temporais do dia 28 (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press )
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) divulgou nesta segunda-feira um levantamento dos prejuízos causados ao comércio da capital pelas fortes chuvas que atingiram a cidade nas últimas semanas. De acordo com a sondagem, 2.516 estabelecimentos comerciais foram impactados.

 

A maioria dessas empresas está localizada nas regiões Centro-Sul, Venda Nova, Barreiro e Oeste. A entidade também fez uma pesquisa com 250 empresários de Belo Horizonte, entre 30 e 31 de janeiro. A conclusão foi que pouco mais da metade dos entrevistados (51%) contabilizou alguma perda financeira por causa das chuvas. 

 

Segundo a pesquisa, o prejuízo médio por comerciante foi de R$ 16.405,30. Desse grupo, 70% são proprietários de microempresas; 16,7% são donos de empresas de pequeno porte e 12,9% de médio ou grande porte. Ainda segundo o levantamento, o dia que foi mais prejudicial para o comércio da capital foi 28 de janeiro, quando foram registrados 100mm de chuva em apenas três horas, mais do que a metade do esperado para o mês. 
 
A redução do fluxo de clientes foi o prejuízo mais citado pelos lojistas: 80,8% afirmaram ter sofrido com esse fator. Já danos aos estoques foram apontados por 27,2% e a móveis por 20,8%. Por fim, 17,6% dos comerciantes disseram ter sofrido prejuízos com maquinário e 13,6% contabilizaram danos a estrutura dos imóveis
 
Zema, ao lado do presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza, em reunião do setor de comércio para discutir impactos das chuvas(foto: Divulgação CDL/BH)
Zema, ao lado do presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza, em reunião do setor de comércio para discutir impactos das chuvas (foto: Divulgação CDL/BH)
A pesquisa também questionou se as chuvas causaram prejuízos com o deslocamento de funcionários. A maior parte dos entrevistados (64,2%) afirmou que a força de trabalho foi prejudicada com os transtornos. Desse número, 40,3% foram prejudicados pelo atraso dos colaboradores. Já 33,9% dos comerciantes relataram que os empregados tiveram que sair mais cedo e 25,8% disseram que os funcionários não foram trabalhar. 

Benefício fiscal

Ainda de acordo com o levantamento da CDL/BH, 29,8% dos lojistas entrevistados afirmam que pretendem pedir benefícios à prefeitura e ao governo do estado para ajudar a minimizar os prejuízos. Desse montante, mais da metade (54,2%) solicitaram descontos no Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), 25% buscam empréstimos com taxas menores e 20,8% querem que o recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) seja postergado. Porém, a maior parte (39,5%) dos empresários não sabe se vai pedir algum benefício. Já ss que não pretendem fazer nenhuma solicitação totalizaram 30,6%.

Os resultados do levantamento foram apresentados hoje ao governador de Minas, Romeu Zema (Novo), em reunião com empresários do setor de comércio e serviços de Belo Horizonte. No encontro, Zema afirmou que o governo do estado está analisando a possibilidade de postergar o recolhimento do ICMS. O benefício foi solicitado pelos empresários para ajudar na recuperação dos prejuízos causados pelos temporais. 
 
Além disso, o governador disse que linhas de crédito diferenciado para as empresas atingidas estão sendo estudadas pelo Bando do Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), bem como a isenção nas contas de água pela Copasa. Quanto a prorrogação do prazo para reinserção no Simples Nacional, Zema afirmou que o governo do estado já entrou em contato com o governo federal, responsável pelo regime tributário, para efetivar o benefício. 
 
“Deixei claro pra eles que a prioridade do governo foi a ajuda humanitária. Agora nesta segunda fase nós já estamos fazendo um levantamento das perdas materiais. A primeira etapa está relativamente encaminhada e nós sabemos que muitos comerciantes, proprietários de bares e padarias, foram duramente afetados pelas águas”, afirmou Zema.
 
Questionado sobre a expansão dos benefícios para os comerciantes do interior, Zema disse que “vão entrar na mesma situação, não é só para BH”. O governador ainda agradeceu os esforços de recolhimento e doação de mantimentos da CDL/BH e de outras entidades empresariais. 
 
Apoio às empresas 
 
Ao fim da reunião, o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza, afirmou que o apoio aos atingidos pelos deslizamentos e alagamentos foi prioritário, mas defendeu o apoio às empresas. “Tão importante quanto são as empresas que sofreram, principalmente as microempresas. Em Minas Gerais 70% dos empregos são gerados pelo setor de comércio e serviços. É muito importante que a gente entenda o que aconteceu com cada uma dessas empresas. Para que essas empresas, que são importantes geradoras de serviços, empregos, de renda e de impostos possam voltar com suas atividades”, afirmou. 
 
De acordo com Souza, a ideia é criar um modelo de articulação com o poder público e instituições financeiras que possa ser replicado em outras regiões do estado afetadas pelas chuvas. “Todas as empresas, não só de BH, mas do interior também, que precisarem, que procurarem, vão ser apoiadas para buscar essas linhas de crédito e os benefícios do governo do estado e as prefeituras vão dar. O nosso trabalho é entender, facilitar, é fazer com que o acesso a esses benefícios a essas pessoas chegue efetivamente”, declarou.
 
Ainda segundo Souza, os comerciantes de cidades que declararam situação de calamidade já terão linhas de crédito diferenciado garantidas. Porém, o empresário que pretende solicitar a isenção ou o ressarcimento do IPTU precisa preencher um formulário e comprovar danos a Defesa Civil. Quanto a isenção das contas de luz e água, o presidente da CDL/BH afirmou que Copasa e Cemig ainda avaliam como esse benefício será oferecido. 
 
Além de Marcelo de Souza, o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FDCL/MG), Frank Sinatra Chaves, esteve na reunião. Entre os representantes de segmentos do comércio, participaram o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel/MG), Ricardo Rodrigues; o presidente da Associação Mineira da Indústria da Panificação (Amipão), Vinícius Dantas, e o presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Alexandre Poni
 
Também estiveram presentes o coordenador estadual da Defesa Civil, Coronel Rodrigo Sousa, e o vereador de Belo Horizonte Mateus Simões (Novo). Segundo o presidente da CDL/BH, a entidade convidou o prefeito Alexandre Kalil (PSD) e a presidente da Câmara de BH, vereadora Nely Aquino (PRTB). Porém, não receberam retorno. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)