O dólar comercial teve alta de 0,02% nesta sexta-feira (21) e fechou o pregão cotado a R$ 4,3926, batendo novamente recorde de fechamento nominal. O máximo registrado anteriormente era de R$ 4,3917, índice final da última quinta-feira. Durante o dia, a moeda norte-americana atingiu o recorde nominal intradia de R$ 4,40, o maior valor registrado sem considerar a inflação na história.
O pico de R$ 4,40 foi atingido logo no início do pregão, por volta de 9h30. Porém, com o avanço da manhã a cotação do dólar passou a cair, atingindo a mínima de R$ 4,37. A queda ocorreu devido à intervenção do Banco Central, que vendeu 13 mil contratos de swap cambial.
Além disso, analistas do mercado apontam que a divulgação de dados ruins sobre a atividade dos setores de manufatura e serviços nos Estados Unidos contribuiu para a mudança de direção.
Analistas atribuem as altas recentes do dólar às preocupações com a crise causada pela epidemia do novo coronavírus na China e aos juros mínimos no Brasil. Os cortes feitos pelo Banco Central na taxa básica de juros da economia (Selic) tornaram os investimentos no Brasil menos atrativos para os estrangeiros.
A redução de expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano e a preocupação com o andamento das reformas propostas pelo governo também contribuem para o dólar elevado. Em 2020, a moeda norte-americana acumula alta de cerca de 9,5%.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se mostram confortáveis com a valorização do dólar frente ao real. Guedes afirmou que o câmbio mais desvalorizado é normal, enquanto Campos Neto disse estar “tranquilo”, já que não há impacto sobre a inflação.
Apesar de histórico, o câmbio a R$ 4,40 não é o recorde real de cotação do dólar. O valor de R$ 3,95, registrado em 22 de outubro de 2002, é a maior cotação do dólar considerando a inflação. Em valores atuais, seria equivalente a cerca de R$ 11.
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.