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Estado de Minas

Após perdas de 12,53%, Bolsa aciona pela quinta vez no mês o circuit breaker

A Bolsa brasileira acionou o circuit breaker, quando as negociações são paralisadas no mercado


postado em 16/03/2020 10:38 / atualizado em 16/03/2020 11:09

(foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
(foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O mercado financeiro brasileiro abriu a semana nervoso, com queda expressiva no índice do Ibovespa, com 12,53%, e alta do dólar, que voltou a se aproximar dos R$ 5, cotado a  R$ 4,97, às 10h22.

Com a bolsa operando em queda, até a publicação desta matéria, houve uma interrupção nas negociações na manhã desta segunda-feira (16).

A Bolsa brasileira acionou, pela quinta vez em duas semanas, o circuit breaker, quando as negociações são paralisadas no mercado. Nesta segunda-feira, o mercado foi interrompido ao atingir 12,53% de queda em relação ao fechamento da última sexta-feira, 13. O patamar voltou a ficar abaixo dos 75 mil pontos - 72.321,99.

Quando as negociações atingem queda de 10%, o primeiro circuit breaker é acionado por 30 minutos. Após o retorno do mercado, caso seja atingido 15% de recuo, uma pausa é realizada novamente, mas, desta vez, de uma hora.

Passado esse período, se a queda ultrapassar 20%, uma nova parada é acionada. Neste caso, o tempo não é pré-determinado, e a própria B3 informa por quanto tempo as negociações ficarão suspensas.

Apenas na semana passada, o sistema foi acionado por quatro vezes.

Dólar


Já o dólar, depois de ter fechado na sexta-feira, com o maior valor nominal da história (R$ 4,81) - descontada a inflação -, iniciou as negociações desta segunda-feira, 16, cotado a R$ 4,97, alta superior a 3%, subindo ainda mais, para R$ 4,98, encostando na máxima histórica da moeda americana desde o Plano Real, que é R$ 5,02, alcançado na quinta-feira, 12.

Os primeiros momentos de negociação desta segunda têm muita volatilidade na moeda dos EUA. Após abrir em R$ 4,98, o dólar bateu na mínima do dia, a R$ 4,88, e passou a flutuar na casa de R$ 4,90. A esta altura, a disparada é de cerca de 2%.

Nas casas de câmbio, de acordo com levantamento realizado pelo Estadão/Broadcast, o dólar turismo é negociado acima de R$ 5, variando entre R$ 5,08 e R$ 5,15.

Mercados globais


Os mercados globais estão em clima de tensão nesta segunda. Após o fechamento dos mercados no oriente, a maior queda na Ásia foi na Bolsa de Taiwan, com o índice TWI. Por lá, a baixa foi de 4,06% em relação ao fechamento anterior. A segunda maior foi em Hong Kong, com (-4,03%), seguido de China, (-3,40), Coreia do Sul (-3,19%) e Japão (-2,46%).

No continente asiático, o único mercado a fechar em alta, mesmo que de forma muito tímida, foi o da Tailândia, com 0,06%. Na Oceania, a Austrália teve o pior resultado do oriente do mundo, despencando 9,52%.

Na Europa, o cenário é ainda mais caótico, com recuos próximos da faixa dos 10%. Na sexta-feira, 13, a Organização Mundial de Saúde (OMS), declarou que o velho continente é o novo epicentro da doença, causada pelo novo coronavírus, iniciada na China, na cidade de Wuhan, província de Hubei.

Neste momento, há uma ação coordenada dos bancos centrais de todo o mundo para tentar diminuir os impactos da Covid-19. O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), o Banco Central Europeu (BCE), o Banco do Canadá, o Banco do Japão e o Banco Nacional da Suíça divulgaram comunicado conjunto sobre a operação, que será feita por meio de um arranjo via programa de swaps. Porém, essa atuação, com estímulos monetários, não está sendo suficiente para impedir o pânico dos mercados.

Petróleo


O petróleo, que desde o começo da semana passada vem sofrendo quedas nos valores após uma "guerra de preços" entre Rússia e Arábia Saudita, está, nesta segunda, em queda relevante. O índice WTI, para abril, registra, às 09h04, 8,23% de queda, a US$ 29,12 o preço do barril. O Brent, para maio, tem recuo ainda maior, no mesmo horário, a (-10,16%), cotado a US$ 30,41.

Para conter o estrago na economia do coronavírus, o Federal Reserve cortou os juros para a faixa de zero a 0,25% na segunda reunião extraordinária em duas semanas. A última vez que os juros tinham caído para esse patamar foi em dezembro de 2008.

Semana passada


Na semana passada, depois de ter recuado 14,78%, caindo aos 72.583 pontos na quinta-feira (12), diante do terror nos mercados globais com a pandemia do novo coronavírus, a Bolsa de Valores de São Paulo (a B3) viveu fortes momentos de valorização, logo na abertura dos negócios  na sexta-feira (13), chegando a alta de 15%.

No balanço do pregão, o Ibovespa teve valorização de 13,91%, levando a bolsa brasileira aos 82.677 pontos, mas acumulou queda de 15,68% na semana. Da mesma forma, os mercados financeiros europeus se recuperavam fortemente na sexta-feira ao meio-dia, e Wall Street se preparou para acompanhar o passo, após queda histórica no dia anterior, frente à progressão da pandemia de coronavírus.

Em toda Europa, os mercados se recuperaram. A bolsa de Paris teve alta de 1,83%, a de Londres, 2,46%, e a de Frankfurt 0,77%. No mercado acionário de Madri, houve alta de 3,73% e Wall Street também se recuperava fortemente em sua abertura. O Dow Jones registrou aumento de 5,84%, e o Nasdaq, de 5,67%. “A questão é saber se os investidores manterão sua postura no fim de semana”, comentou Vincent Boy, analista de mercado da IG France.


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