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Estado de Minas ECONOMIA

MP assinada por Bolsonaro gera revolta dentro e fora das redes sociais

Medida permite a suspensão de contratos de trabalhos por quatro meses


postado em 23/03/2020 13:38 / atualizado em 23/03/2020 13:51

Bolsonaro assinou uma Medida Provisória que suspende os contratos de trabalho por quatro meses(foto: Isac Nóbrega/PR)
Bolsonaro assinou uma Medida Provisória que suspende os contratos de trabalho por quatro meses (foto: Isac Nóbrega/PR)
A Medida Provisória nº 927, de 2020, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, permitindo suspender os contratos de trabalho por quatro meses, está gerando uma revolta nas redes sociais, incluindo entre economistas e parlamentares. 

O presidente chegou a fazer um post afirmando que a MP “resguarda os empregados”, mas está sendo rebatido por parlamentares citando artigos da lei que ele assinou e está sob bombardeio nas redes e fora dela.

“O mundo inteiro atuando para manter a renda do trabalhador e o presidente edita MP retirando renda.Não adianta preservar o empresário se não tiver pra quem vender.Tudo que for desonerado do empresário, o governo precisa colocar dinheiro novo para preservar a renda do trabalhador”, escreveu o deputado Marcelo Ramos, vice-líder do bloco dos partidos do Centrão, em sua conta do Twitter.

A economista Monica De Bolle, pesquisadora do Peterson Institute for International Economics (PIIE), fez um apelo aos parlamentares derrubarem a MP de Bolsonaro. Ela ganhou apoio de vários deputados e de economistas que destacam que apenas a Alemanha anunciou um pacote em que destina 6% do PIB alemão em medidas de transferência de renda para as pessoas no combate aos impactos econômicos da pandemia de Covid-19, provocada pelo novo coronavírus.

“Bolsonaro mostra não ter a menor capacidade de resolver a crise. Suspender o contrato de trabalho por 4 meses é afundar os brasileiros e a economia. Ao invés de garantir a estabilidade ao trabalhador e mais recursos na economia, o governo deu um tiro no pé. Vamos derrubar”, escreveu a deputada Tabata Amaral (PDT-SP).

“Só o trabalhador sai prejudicado. Além disso, no momento atual, é praticamente impossível organizar cursos para 45 milhões de empregados”, criticaram os deputados do Solidariedade Paulinho da Força (SP), presidente da legenda, e Zé Silva (MG), líder do partido na Câmara em nota divulgada  nesta segunda-feira (23/03). A legenda também integra o blocão do centrão na Câmara.

Enquanto isso, o Ministério da Economia fica calado e avisa aos jornalistas que não haverá coletiva hoje do ministro Paulo Guedes, que é quem deveria explicar para a população os verdadeiros impactos dessa medida tão polêmica.


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