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Estado de Minas ECONOMIA

Grupo Ânima mobiliza empresas para manter empregos em meio à pandemia de coronavírus

Ideia partiu do empresário Daniel Castanho, presidente do Conselho de Administração da Ânima Educação


postado em 06/04/2020 22:36 / atualizado em 06/04/2020 22:45

Ideia partiu do empresário Daniel Castanho, presidente do Conselho de Administração da Ânima Educação(foto: Divulgação)
Ideia partiu do empresário Daniel Castanho, presidente do Conselho de Administração da Ânima Educação (foto: Divulgação)
No caminho contrário de representantes de segmentos que projetam graves perdas financeiras e um grande número de demissões em decorrência dos efeitos da pandemia do coronavírus na economia, um grupo de mais de 40 empresas se uniu no movimento “Não Demita”. Os empresários, representantes de diversos setores, como o financeiro e o varejista, se comprometem a não desligar nenhum funcionário por pelo menos dois meses, além de reunir informações e trocar conhecimentos para tentar reduzir os efeitos da crise.

A ideia partiu do empresário Daniel Castanho, presidente do Conselho de Administração da Ânima Educação, grupo controlador das universidades Una e UniBH em Minas Gerais. Castanho conta que escreveu um manifesto inicial na semana passada, e decidiu ligar para CEOs de diversas empresas de grande porte. “Em 24 horas, mais de 20 assinaram. Então, eu pensei: 'não é mais um manifesto, é um movimento'”, afirma o empresário. Para ele, é um compromisso e um esforço de conscientização para convencer donos das empresas a preservarem os colaboradores diretos e indiretos neste momento de incertezas.

Além de evitar demissões, Castanho conta que a proposta é reunir no site da iniciativa uma série de informações sobre linhas de crédito e ações governamentais para auxiliar especialmente as micro e pequenas empresas. A página também vai reunir orientações para ajudar as companhias a fazer a transição para o meio digital. “A gente quer que seja um portal onde se possa buscar referências para ajudar neste momento”, diz. De acordo com ele, mais de 2 mil companhias de tamanhos diferentes já se cadastraram, além das 40 originais.

Outra iniciativa do “Não Demita” é conscientizar os empresários sobre a importância de preservar toda a cadeia de produção, e não apenas uma empresa. Ou seja, além de se esforçar para não demitir ninguém diretamente, os empresários pretendem não pressionar seus fornecedores a ponto de que eles precisem demitir. “Isso seria uma maneira indireta de demitir. Precisamos respeitar e valorizar as pessoas que ajudam a construir nossas empresas, seja direta ou indiretamente”, afirma Daniel Castanho.

O empresário espera que o movimento mostre como todos os agentes econômicos do Brasil fazem parte de um único ecossistema, e que é preciso união para passar por este momento. Porém, Castanho acredita que é melhor não falar em objetivos concretos no longo prazo, já que o coronavírus impõe circunstâncias que mudam rapidamente. “Tem uma avenida, uma gama de oportunidades para realizarmos com este projeto”, conclui.
            
No manifesto, as empresas escrevem que a crise “tem data para acabar” e fazem um apelo aos empresários para repensar a decisão de demitir. “Desligar gera um custo imediato, muitas vezes maior que dois meses de salários, e há linhas de crédito e outras soluções que estão sendo criadas todos os dias para ajudar as empresas a atravessar a tempestade”, afirma o texto. O manifesto defende que manter os quadros de funcionários ajuda “a evitar ou minimizar um possível colapso econômico e social”.


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