A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) adiantou nesta segunda-feira ideias de um plano que prevê a retomada da economia no estado. O plano pressupõe protocolos de acordo com a situação da COVID-19 em cada município, ou seja, as medidas de isolamento social poderão ser mais flexíveis em algumas cidades e mais rígidas em outros. O estudo apresentado pela federação está em análise pelo governo e deve entrar em vigor a partir da próxima quarta-feira.
A proposta prevê que a Secretaria de Estado de Saúde analise a capacidade de leitos e a quantidade de infectados em cada município, separando-os em quatro categorias, que vai da baixa à alta intensidade da doença e ocupação hospitalar. O município com baixo contágio e leitos ociosos poderá ter maior liberação do fluxo de pessoas se comparado ao município que está com sistema de saúde superlotado e alto nível de contágio na população.
O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe Nogueira, defende ainda que a liberação esteja sempre associada ao uso de máscaras e outras medidas de prevenção. “Temos que entender que no último mês o estado se preparou, fez hospital de campanha, empresas fizeram máscaras, a produção de álcool em gel explodiu. O momento agora é de planejar e usarmos a inteligência”, afirmou.
De acordo com Roscoe, o estado vai categorizar cada município, mas a decisão final é do prefeito. “O município muitas vezes não tem fundamentação para a retomada. O que o governo vai propor é uma análise técnica”, explica. “Já temos as ferramentas. Se no município não tem ninguém infectado, qual o risco de pegar uma infecção? Muito menor que no município que tem milhares de pessoas infectadas”, defende Flávio.
Segundo Roscoe, as primeiras medidas de fechamento do comércio e setores da indústria foram tomadas “no pânico” e agora é momento de agir com “racionalidade”. “Todos os municípios terão à disposição mecanismos de prevenção (máscaras, luvas e álcool). Então agora é a retomada da atividade com consciência e proteção”. O presidente da Fiemg defende que é preciso dosar as ações para evitar maior impacto negativo na economia. “Manda embora, menos consumidor, menos circulação, tem outro ciclo de demissão, e aí vai”, exemplifica.
O plano que foi entregue ao governo ouviu as entidades civis e, agora, é analisado pelo Comitê Gestor do Plano de Prevenção e Contingenciamento em Saúde do COVID-19. Segundo Roscoe, também serão envolvidas a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça e o Ministério Público, previsto para ser aprovado na próxima quarta-feira. “Assim esperamos”, diz o presidente.
Comércio local
A Fiemg afirma que a perda de receita no período de quarentena é incalculável. “Não vamos conseguir saber tão cedo. Os efeitos maléficos e o dano econômico vão superar os da COVID-19 umas 100 vezes”, afirma o presidente da entidade. Para Flávio Roscoe, a saída é voltar a movimentar o comércio local. “Hoje 100% da população está comendo itens de supermercado. Por quê não ir à lojinha da esquina se você vai no supermercado?”, argumenta.