A ala militar do governo impôs à equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, um revés com o lançamento de um programa de recuperação econômica pós COVID-19, que prevê aumento dos gastos com investimentos públicos para os próximos anos.
O anúncio oficial foi feito na quarta-feira (22), pelo ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto, sem a presença de nenhum integrante do Ministério da Economia, em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto - e depois do alerta de dois secretários do time de Guedes, ao longo do dia, de que a recuperação terá que vir pela mão do setor privado.
Chamado de Pró-Brasil, o programa, que chegou a ser apelidado inicialmente de "Plano Marshall brasileiro", prevê um incremento de R$ 300 bilhões - R$ 250 bilhões em concessões e parcerias público-privadas e outros R$ 50 bilhões de investimento públicos. A coordenação será do ministro Braga Netto.
Na reunião de ministros para o pré-lançamento do plano, Guedes avisou que a recuperação teria de ser feita com investimento privado e que as âncoras fiscais, como o teto de gastos (regra que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação), deveriam ser mantidas.
Assessores do ministro minimizaram o problema, afirmando que os valores não estão fechados e serão ainda definidos "dentro do espaço fiscal" das despesas discricionárias, aquelas não obrigatórias que o governo pode administrar.
Técnicos da área econômica preveem, agora, uma queda de braço para conter o ímpeto por mais gastos, além das despesas emergenciais.
Adversários do governo no Congresso consideram que o movimento é calculado, inclusive por parte do próprio ministro Guedes, para acelerar a recuperação econômica de olho na reeleição do presidente Jair Bolsonaro, em 2022. Nessa visão, Guedes estaria cedendo à mudança de política para garantir uma recuperação mais rápida a tempo da campanha eleitoral.
Entre os integrantes da equipe econômica, o descontentamento com as bases do programa não é de hoje. O programa está sendo discutido há mais de 30 dias entre Braga Netto e ministérios que tocam obras, sem a participação do Ministério da Economia.
Braga Neto negou divergências com a equipe de Guedes e afirmou que a aceitação do programa foi unânime em todos os ministérios. A primeira reunião de trabalho será na próxima sexta-feira, quando cada ministro vai levar as suas propostas.
Antes do anúncio, o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, disse que o verdadeiro "Plano Marshall brasileiro" de reconstrução nacional será não gastar mais na fase pós-pandemia da covid-19, mas aumentar a velocidade das privatizações, concessões e a facilitação do investimento privado em infraestrutura. Defendeu que o Estado não é bom guia para a recuperação econômica.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O anúncio oficial foi feito na quarta-feira (22), pelo ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto, sem a presença de nenhum integrante do Ministério da Economia, em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto - e depois do alerta de dois secretários do time de Guedes, ao longo do dia, de que a recuperação terá que vir pela mão do setor privado.
Chamado de Pró-Brasil, o programa, que chegou a ser apelidado inicialmente de "Plano Marshall brasileiro", prevê um incremento de R$ 300 bilhões - R$ 250 bilhões em concessões e parcerias público-privadas e outros R$ 50 bilhões de investimento públicos. A coordenação será do ministro Braga Netto.
Na reunião de ministros para o pré-lançamento do plano, Guedes avisou que a recuperação teria de ser feita com investimento privado e que as âncoras fiscais, como o teto de gastos (regra que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação), deveriam ser mantidas.
Assessores do ministro minimizaram o problema, afirmando que os valores não estão fechados e serão ainda definidos "dentro do espaço fiscal" das despesas discricionárias, aquelas não obrigatórias que o governo pode administrar.
Técnicos da área econômica preveem, agora, uma queda de braço para conter o ímpeto por mais gastos, além das despesas emergenciais.
Adversários do governo no Congresso consideram que o movimento é calculado, inclusive por parte do próprio ministro Guedes, para acelerar a recuperação econômica de olho na reeleição do presidente Jair Bolsonaro, em 2022. Nessa visão, Guedes estaria cedendo à mudança de política para garantir uma recuperação mais rápida a tempo da campanha eleitoral.
Entre os integrantes da equipe econômica, o descontentamento com as bases do programa não é de hoje. O programa está sendo discutido há mais de 30 dias entre Braga Netto e ministérios que tocam obras, sem a participação do Ministério da Economia.
Braga Neto negou divergências com a equipe de Guedes e afirmou que a aceitação do programa foi unânime em todos os ministérios. A primeira reunião de trabalho será na próxima sexta-feira, quando cada ministro vai levar as suas propostas.
Antes do anúncio, o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, disse que o verdadeiro "Plano Marshall brasileiro" de reconstrução nacional será não gastar mais na fase pós-pandemia da covid-19, mas aumentar a velocidade das privatizações, concessões e a facilitação do investimento privado em infraestrutura. Defendeu que o Estado não é bom guia para a recuperação econômica.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.