A Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) criticou há pouco as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, consideradas ofensivas pela entidade aos servidores públicos nesta segunda-feira, 27. A fala de Guedes ocorre cerca de dois meses depois do ministro ter chamado a categoria de "parasitas". Ao lado do presidente e sinalizando o congelamento de salários, Guedes afirmou, ao sair de uma reunião com Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, que o servidor "não vai ficar em casa trancado com geladeira cheia e assistindo a crise enquanto milhões de brasileiros estão perdendo emprego".
De acordo com a Fenafisco, "ao afirmar que o servidor público deve mostrar disposição em fazer algo pelo país, aceitando o congelamento dos salários pelo período de um ano e meio, como quer propor o governo, o ministro ignorou o sacrifício diário que já é feito pelos membros do funcionalismo público que estão trabalhando no combate à pandemia da covid-19", disse a Fenafisco em nota.
A entidade afirma que "não cabe ao serviço público ser o salvador da economia do País". "É dever do Estado adotar e acelerar medidas para proteger e apoiar os milhões de brasileiros que estão perdendo o emprego com a crise", afirmou a nota.
A Fenafisco acusou o governo pelas políticas econômicas que potencializaram os efeitos da pandemia, uma vez que a covid-19 emergiu num momento em que a economia brasileira estava paralisada e o dólar já se achava em disparada. "Vale reforçar que os principais países do mundo aumentam o gasto social e fortalecem o Estado para proteger vidas, manter empregos e sair da pandemia com capacidade para retomar o crescimento econômico e conseguir, assim, reerguer as nações. É hora de o Brasil fazer o mesmo", cobrou a Fenafisco.
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