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Estado de Minas COVID-19

Cemig estima queda de até 15% no consumo; inadimplência sobe

Companhia trabalha para obter financiamento de emergência e reduzir impactos da queda na arrecadação


postado em 06/05/2020 15:57 / atualizado em 06/05/2020 16:13

Cemig tenta financiamento emergencial para amenizar impactos da inadimplência causada pelo coronavírus.(foto: Clarissa Barçante/ALMG )
Cemig tenta financiamento emergencial para amenizar impactos da inadimplência causada pelo coronavírus. (foto: Clarissa Barçante/ALMG )
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) calcula uma redução de 12% a 15% na carga média de energia gasta pelos consumidores do estado. Além da retração, a pandemia do novo coronavírus fez com que a inadimplência ultrapasse 10% do total de clientes. Os números foram informados pelo presidente da empresa, Reynaldo Passanezi Filho, em reunião com deputados estaduais nesta quarta-feira, na Assembleia Legislativa. De acordo com ele, a Cemig tenta, junto ao governo federal, um financiamento emergencial para enfrentar os efeitos impostos pelo aumento na quantidade de devedores.

Segundo Reynaldo, cerca de 20% dos valores oriundos das contas de luz são direcionados ao custeio da distribuição de energia. O restante, por sua vez, serve para cobrir encargos e a transmissão. Por isso, segundo ele, a inadimplência e a redução no consumo geram dificuldades ao setor. “Quando somamos a redução da carga e o aumento da inadimplência, vemos que não sobrou nada para a distribuição. A queda foi maior que os 20% destinados a esse fim”, explicou.

A Cemig tenta, junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), um financiamento emergencial para auxiliar as empresas distribuidoras de energia no enfrentamento à inadimplência. “Apenas com a garantia de que as distribuidoras terão liquidez asseguramos que todo o sistema não será afetado. Por si só, é evidente que as empresas distribuidoras do país, e não só a Cemig, não têm tal capacidade”, disse.

Por determinação da Aneel, os cortes no fornecimento de luz estão suspensos até 25 de junho. Ao justificar a inadimplência, Reynaldo alegou que cerca de 60% dos consumidores quitam os débitos por meio de lotéricas, estabelecimentos que, em muitos locais, estão fechadas devido à COVID-19.  

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que a inadimplência nas contas de luz brasileiras foi de 12% no último mês. As perdas giram em torno de R$ 1,8 bilhão.

Questionado por deputados sobre um possível aumento no valor da tarifa de energia, Reynaldo assegurou que não houve mudança na alíquota. Ao comentar relatos de consumidores que receberam contas mais caras que o usual, ele explicou que a mudança nos preços pode ter ocorrido por crescimento do consumo individual ou, então, por problemas isolados nos relógios que medem o consumo.

Nesta quarta-feira, o Estado de Minas mostrou que consumidores têm denunciado aumentos exorbitantes nas contas de luz e água. A recomendação da Cemig é o monitoramento do consumo, comparando as tarifas aos valores pagos em meses anteriores. As agências de atendimento ao cliente da Cemig estão fechadas. Houve, ainda, redução no número de trabalhadores responsáveis por acolher as ligações dos consumidores. Por isso, Reynaldo recomendou, aos clientes que acreditam ser alvo de cobranças indevidas, os canais digitais de relacionamento.

Em março, antes da decisão da Aneel, o governador Romeu Zema (Novo) anunciou que usuários da tarifa social de luz, voltada às famílias de baixa renda, não terão o serviço cortado durante a pandemia. Os débitos poderão ser parcelados em até seis vezes. A divisão dos valores devidos vale, também, para pequenas empresas, hospitais públicos, filantrópicos e unidades de pronto-atendimento.

Expansão mantida

Segundo o presidente da Cemig, mesmo ante a pandemia, o plano que visa atualizar e recompor a rede de distribuição de luz está mantido. A ideia é investir até R$ 1,5 bilhão neste ano. As cifras podem chegar a R$ 6,7 bilhões em 2022.

“A decisão de seguir com o programa seja, talvez, nossa grande contribuição, que é de longo prazo. Nossa expectativa é de uma grande melhora na qualidade de prestação de serviço”, declarou.

Perguntado pela deputada Laura Serrano (Novo) sobre a privatização da Cemig, defendida por Zema, o presidente se mostrou favorável à ideia e classificou uma possível venda da companhia como um “motor de transformação”. Ele, no entanto, lembrou que a privatização precisa da anuência da Assembleia.

Medidas restritivas

Cerca de 3.200 profissionais da Cemig estão em regime de teletrabalho. Para evitar aglomerações, as equipes têm ido às ruas em mais de um veículo. Há, também, a medição da temperatura corporal dos trabalhadores que precisam ir aos centros de operação.


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