A expansão do coronavírus provocou o cancelamento da tradicional Mostra de Agricultura Familiar, evento promovido mensalmente pela Emater, em parceria com a prefeitura, que reúne barracas de dezenas de produtores autônomos. Desde então, eles vêm buscando novas opções para comercializar seus produtos e não perder renda. No período de quarentena, as vendas on-line têm se popularizado, aumentando a ligação entre produtores e consumidores.
A última mostra ocorreu em 12 de março no quarteirão fechado da Rua Rio de Janeiro, esquina com Rua dos Tupinambás, Centro de BH, reunindo diversos postos de venda de doces, hortaliças, café, artesanato, queijos, rapadura, frutas, quitandas, mel, temperos, conservas e pães. O evento teve o cadastro de 32 produtores. No total, a Emater previa a realização de 12 feiras na capital mineira, com comerciantes de toda a Região Metropolitana.
Com a pandemia, foram suspensas as feiras dos meses de abril, maio e junho. Dos 40 agricultores de municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, 23 estão comercializando seus produtos pela internet. Os pedidos são feitos por Whatsapp ou Facebook, com os produtos sendo entregues na casa do consumidor.
Morador de Betim, Armando Aparecido Ferreira, de 54 anos, foi um dos inúmeros produtores que mudaram seu estilo de venda de doces artesanais, como pé de moleque, rapadura, cocada e goiabada. Mas, com o isolamento social, o comerciante foi obrigado a se adaptar ao momento: “Fomos forçados a fazer isso para não ter dificuldades. O foco não era esse antes, ainda que tudo continue difícil. Vendíamos presencialmente com o cliente em muitas feiras da Fiat, MRV, na Cidade Administrativa... Mas agora, o que ajudou foi o contato dos colegas de feira, um indicando outro, para vendermos pelas redes sociais. Criamos uma clientela. Toda semana, colocamos nas redes que vamos levar nossa mercadoria a determinada cidade. Então, combinamos para que eles peguem conosco as vendas.”
Armando trabalha num negócio familiar, ao lado da mulher e da filha. Ao impulsionar as vendas, ele já pensa em expandir o negócio: “Estamos até pensando em montar um site para entregar em todo o Brasil. Outro dia, vendemos nossos produtos para o Espírito Santo. Enviamos tudo via transportadora ou pelo Correio mesmo. O cliente que determina”.
Divulgação do contato
A própria Emater tem facilitado a divulgação do contato dos produtores a quem deseja comprar os produtos. “Atendemos os consumidores que buscam na Emater referências sobre de quem e como comprar, se o produto é de qualidade e garantia de entrega. Também orientamos sobre as questões sanitárias e de prevenção ao coronavírus”, diz o gerente da unidade regional da Emater-MG em Belo Horizonte, Vitório Freitas.