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Estado de Minas RETOMADA

Governo de Minas dá sinal verde para reabertura de floriculturas

Considerado de baixo risco, segmento foi incluído na 'Onda Branca' do programa Minas Consciente. Prefeituras vão decidir


postado em 08/05/2020 18:16 / atualizado em 08/05/2020 21:22

(foto: Fábio Tsutsumi/Arquivo pessoal)
(foto: Fábio Tsutsumi/Arquivo pessoal)
O governo de Minas Gerais incluiu as floriculturas no grupo de atividades econômicas consideradas de baixo risco, que podem ser as primeiras a reabrir no estado, de acordo com o controle da pandemia de coronavírus. O Executivo estadual listou o segmento na “Onda Branca” do programa Minas Consciente, lançado para coordenar e orientar as decisões das prefeituras sobre a retomada progressiva da economia por setores.

 

O governo orienta que a venda de flores e as outras atividades do grupo sejam retomadas apenas nas macrorregiões Centro, Noroeste, Nordeste e do Sul (parcial). Um dos critérios adotados para essa limitação é a ocupação de leitos nessas regiões. Porém, a decisão final cabe aos municípios.


Para liberar o protocolo de segurança para a retomada de atividade das floriculturas, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede) analisaram a vulnerabilidade do setor na crise, a quantidade de trabalhadores em circulação e o nível de aglomeração por empregado.
 
De acordo com a Seapa, 90% da produção de flores destinam-se ao setor de eventos. Com isso, esse foi um dos primeiros segmentos a sentir o impacto da crise. Até a inclusão da atividade na “Onda Branca”, não havia previsão de retorno imediato. 
Mesmo a decisão do governo de incluir floriculturas no grupo de atividades de baixo risco a caminho do Dia das Mães (domingo, 10) não apagou o pessimismo entre representantes do setor sobre o curto prazo. Os diferentes posicionamentos das prefeituras e a paralisação de datas comemorativas e eventos – o que leva à falta de demanda – são os principais motivos de preocupação.
 
“Deixa mais otimista. Mas o prefeito (de Belo Horizonte, Alexandre Kalil) não quer liberar. Fica difícil trabalhar em um lugar onde cada governo faz uma coisa”, pondera o presidente da Associação de Distribuidores e Produtores de Flores e Plantas de Minas Gerais (ADPF-MG), Flávio Vieira
 
A associação espera que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) permita a reabertura das floriculturas. Pelo menos até o Dia dos Namorados, comemorado em 12 de junho, uma data de forte faturamento para os produtores. “A floricultura é uma atividade de baixo risco, porque não há aglomeração de pessoas”, defende Flávio Vieira.
 
Em nota, a PBH afirmou que “não seguirá o estado e que as floriculturas só podem funcionar por serviço de delivery”. No entanto, essa não é a situação em outras cidades do estado, o que traz esperança para o presidente da ADPF-MG. 

Por outro lado, a Prefeitura de Betim, na Região Metropolitana de BH, permitiu a reabertura das floriculturas na cidade a partir de 22 de abril. Segundo a administração municipal, os estabelecimentos foram reabertos com a condição de aplicarem medidas para evitar aglomeração e fornecerem máscaras e álcool em gel aos clientes. De acordo com o presidente da ADPF-MG, as floriculturas também já puderam voltar a abrir em Contagem, Vespasiano, ambas na Região Metropolitana de BH, Barbacena e Juiz de Fora

Mesmo que as floriculturas sejam reabertas, a previsão de Flávio Vieira é que vão faltar flores, já que se trata de um produto perecível e a área de cultivo não conseguiu manter a produção. “Existe um ciclo de colheita. Esse ciclo está sendo pulado. O produtor não está acreditando mais”, explica.
 
Vieira estima que em Minas os produtores já perderam R$ 1,3 milhão, com uma queda de vendas de 75%. Além disso, 70% dos trabalhadores do segmento foram demitidos. Depois do Dia das Mães, período em que é esperado pequeno alívio nas vendas, o presidente da ADPF-MG pensa que esses números negativos só tendem a aumentar. 
 
Com a baixa procura, produtores precisam descartar parte da produção semanalmente (foto: Fábio Tsutsumi/Arquivo pessoal)
Com a baixa procura, produtores precisam descartar parte da produção semanalmente (foto: Fábio Tsutsumi/Arquivo pessoal)

Para o produtor de flores Fábio Tsutsumi, de Matheus Leme, a inclusão de floriculturas na “Onda Branca” não muda muita coisa. A maior parte das vendas de Tsutsumi é para funerárias. E com os velórios limitados, as empresas não gastam com os ornamentos. Por outro lado, ele aponta que as comemorações, como casamentos e formaturas, não devem voltar tão cedo, o que prejudica a fatia da produção que vai para as floriculturas. 

“É uma decisão que depende muito das prefeituras. Além disso, flor é um produto supérfluo. As pessoas preferem comprar um presente mais útil neste momento", argumenta o produtor. Ele calcula que já perdeu R$ 200 mil desde o início da crise, com uma queda nas vendas de 70% ou mais. Não chegou a demitir, mas suspendeu os contratos dos 18 funcionários que emprega. Como é preciso colher as flores constantemente, com a baixa procura Tsutsumi teve de jogar fora parte da produção. 
 
*Estagiário sob supervisão do subeditor Eduardo Murta


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