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Estado de Minas EFEITO CORONAVÍRUS

Após 48 dias parada, fábrica da Fiat em Betim retoma as atividades

Com apenas 35% dos funcionários, fabricante retoma produção adotando novas medidas para minimizar o risco de contágio pelo Covid-19


postado em 11/05/2020 15:01 / atualizado em 11/05/2020 15:17

Na entrada da fábrica, câmeras termográficas realizam o controle da temperatura corporal(foto: Léo Lara/Fiat/Divulgação)
Na entrada da fábrica, câmeras termográficas realizam o controle da temperatura corporal (foto: Léo Lara/Fiat/Divulgação)

Parada desde 23 de março devido à chegada da pandemia do coronavírus no país, a fábrica da Fiat em Betim voltou hoje à atividade um pouco diferente. Ao longo desses 48 dias a fábrica deixou de produzir cerca de 40 mil veículos. De acordo com a Fiat, o volume de produção seguirá uma rampa de crescimento no decorrer dos dias, acompanhando a demanda do mercado.

Por enquanto, apenas 4 mil funcionários, cerca de 35% do total, retornam à produção adotando novas medidas de sanitização, uma reorganização dos postos de trabalho e uma adaptação de espaços de uso comum. Já os trabalhadores administrativos que não estão diretamente envolvidos nas atividades de produção continuam no regime de home office

Nesta primeira etapa de retomada das operações, a prioridade é o treinamento efetivo de todos os empregados para as alterações efetuadas em layouts e processos, considerando os novos padrões de segurança e higienização. Segundo o fabricante, também é primordial realizar um cuidadoso processo de aviamento, que consiste em examinar todos os equipamentos, sistemas e processos tantos dias de suspensão da produção.

As novas medidas adotadas se apoiam em dois pilares: a criação de uma infraestrutura de segurança biológica eficiente e rigorosa, aliada à implementação de um programa de treinamento e reeducação dos trabalhadores para a adoção de comportamentos preventivos mais seguros e adaptados à realidade atual. As mesmas medidas foram implementadas com êxito para os cerca de 600 empregados que voltaram ao trabalho em 4 de maio na planta de motores de Campo Largo, no Paraná.

Para assegurar o distanciamento social adequado, cada conjunto duplo de assentos do ônibus é utilizado por apenas um passageiro(foto: Léo Lara/Fiat/Divulgação)
Para assegurar o distanciamento social adequado, cada conjunto duplo de assentos do ônibus é utilizado por apenas um passageiro (foto: Léo Lara/Fiat/Divulgação)

A mudança já começa nos ônibus que levam os funcionários até a fábrica, que passam a contar com um protocolo de higienização ainda mais rigoroso que o anterior. Os veículos agora trazem recipientes com álcool em gel para higienização das mãos e máscaras reserva. Todos os empregados e terceirizados receberam máscaras de proteção facial para que possam acessar os ônibus fretados e a fábrica. A entrega foi feita no acesso aos veículos e nas portarias da fábrica. Os trabalhadores também recebeu uma cartilha com orientações sobre a importância e o uso correto da máscara, além de recomendações gerais sobre os novos procedimentos de segurança e higienização.

Para assegurar o distanciamento social adequado, cada conjunto duplo de assentos do ônibus é utilizado por apenas um passageiro, o que exigiu uma ampliação proporcional do número de veículos em linha. Além de usar máscara, para entrar no ônibus é preciso apresentar uma autoavaliação de saúde (em que o trabalhador informa suas condições gerais e se teve contato com algum caso suspeito ou confirmado de Covid-19) realizada previamente via aplicativo. Tudo isso gerenciado pelo Capitão da Saúde, um profissional especialmente treinado para garantir que todas as medidas sejam seguidas.

Nos refeitórios, os assentos ganharam uma separação física com placas de acrílico(foto: Léo Lara/Fiat/Divulgação)
Nos refeitórios, os assentos ganharam uma separação física com placas de acrílico (foto: Léo Lara/Fiat/Divulgação)

Na entrada da fábrica, câmeras termográficas realizam o controle da temperatura corporal, e termômetros extras são utilizados nos acessos para medir mais uma vez a temperatura de todas as pessoas que entram na fábrica. Caso seja detectado que a pessoa está com febre, um alerta é emitido e um protocolo específico é iniciado, assegurando a atenção médica devida ao trabalhador com quadro febril.

A limpeza de áreas comuns e dos locais de trabalho é feita com utilização de hipoclorito de sódio e álcool com concentração de 70%, executada por equipes especializadas e também pelo ocupante de cada posto de trabalho antes de iniciar sua jornada. O layout dos postos de trabalho na linha de produção foi modificado para aumentar o espaço entre as pessoas, respeitando uma distância superior a um metro entre cada trabalhador, além da adoção de barreiras físicas como cortinas e placas de acrílico.

Limpeza dos postos de trabalho também é feita pelo próprio funcionários antes de iniciar a jornada(foto: Léo Lara/Fiat/Divulgação)
Limpeza dos postos de trabalho também é feita pelo próprio funcionários antes de iniciar a jornada (foto: Léo Lara/Fiat/Divulgação)

Para manter a distância segura entre os funcionários nas áreas comuns - refeitórios, banheiros, ônibus internos -, foram instalados obstáculos físicos e sinalizadores visuais para assegurar a nova ocupação máxima permitida. Nos refeitórios, os assentos ganharam uma separação física com placas de acrílico. Nos banheiros e vestiários, algumas pias, cabines e mictórios foram interditados de modo a garantir que os usuários mantenham distância segura durante o uso.

Sinalizações no piso indicam a forma adequada de formar filas em áreas comuns, como nos relógios de registro de ponto (que não demandam mais que o crachá seja encostado para marcar a presença), pontos de ônibus e refeitórios. Foram instalados centenas de recipientes com álcool em gel ao longo das dependências da fábrica para que qualquer trabalhador possa acessar um posto de higienização a apenas alguns passos de sua posição de trabalho.

De acordo com a Fiat, uma força-tarefa realiza rondas periódicas para garantir que os novos procedimentos de segurança estão sendo assimilados e respeitados por todos. A ideia é ajudar a conscientizar e adaptar todos os colegas à nova realidade nas operações. Se algum caso suspeito de contaminação for identificado pelo serviço de saúde ou liderança, o portador será imediatamente acolhido pela atenção médica e todo o perímetro de atuação do profissional será isolado para evitar o acesso de outras pessoas. A sanitização do perímetro será realizada por uma equipe especialmente treinada, apelidada de “SWAT Covid-19”.


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