Os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) avaliam que os recuos nos preços do petróleo no exterior e dos combustíveis no Brasil "seguirão repercutindo, nas próximas semanas, sobre os preços ao consumidor".
Na ata do último encontro do colegiado, divulgada nesta terça-feira, o BC destacou que as projeções de curto prazo "experimentaram revisões relevantes e incorporam a perspectiva de deflação significativa nos próximos meses".
De fato, após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ter anunciado na última sexta-feira uma deflação de 0,31% em abril, os economistas do mercado financeiro passaram a projetar, conforme o Relatório de Mercado Focus, recuo de 0,35% do IPCA em maio. Para junho, a projeção atual é de leve alta de 0,05%.
"Os resultados mais recentes dos índices de preços evidenciaram efeitos desinflacionários significativos sobre preços de serviços e de bens industriais", pontuou o BC na ata. A autarquia registrou ainda que as projeções de inflação foram influenciadas por hipóteses sobre a trajetória futura do preço do petróleo, "que tem oscilado em patamares historicamente baixos em razão de um choque expansionista de oferta e, principalmente, da queda na demanda global".
Assim, para formulação dos cenários de inflação publicados nesta terça na ata, o BC considerou que o petróleo tipo Brent subirá cerca de 40% entre a média da semana anterior à da reunião do Copom e o fim de 2020.
No cenário híbrido, com juros da Focus e dólar constante a R$ 5,55, a projeção do BC para a inflação estão em 2,4% para 2020 e 3,4% para 2021. No caso do cenário de referência, com juros fixos a 3,75% ao ano e câmbio a R$ 5,55, as projeções são para 2,3% para 2020 e 3,2% para 2021.
ECONOMIA