Levantamento da Economatica aponta que o prejuízo de R$ 48,5 bilhões apresentado pela Petrobras em seu balanço do primeiro trimestre deste ano foi o maior já registrado no Plano Real por uma empresa de capital aberto, tanto em valores nominais quanto ajustados pela inflação. Até o momento, resultados deste trimestre de outras três empresas também compõem as 20 maiores prejuízos nominais na série histórica, na avaliação da consultoria: Suzano, R$ 13,4 bilhões; Azul, R$ 6,15 bilhões; e JBS, R$ 5,93 bilhões.
O resultado da Petrobras foi fruto de uma baixa de R$ 65,3 bilhões no valor dos ativos da companhia, devido, principalmente à queda dos preços do petróleo do tipo Brent e a novos níveis de câmbio.
Antes, a estatal considerava que o preço médio do barril desse tipo de petróleo, que é a referência utilizada pela companhia, ficaria em US$ 65 a longo prazo. Agora, a Petrobras assume que o valor será de US$ 50 por barril. Em seu Planejamento Estratégico, a petrolífera vê o barril da commodity negociado a US$ 25 neste ano, e a US$ 30 no próximo.
Anteriormente, o resultado do terceiro trimestre de 2015 da petroleira ocupava o posto de maior prejuízo apresentado por uma empresa de capital aberto, quando teve recuo de R$ 36,9 bilhões (R$ 43,9 bi, ajustados pela inflação) no auge da última crise econômica, antes da pandemia do novo coronavírus.
Dívida
A dívida bruta da Petrobras atingiu R$ 463 bilhões no primeiro trimestre de 2020 é a terceira maior na história da empresa, o maior valor foi registrado no terceiro trimestre de 2015, com R$ 506 bilhões, no levantamento da Economatica. A dívida total líquida entre janeiro e março deste ano foi de R$ 380 bilhões, o que também é a terceira maior historicamente, sendo superada apenas pelo terceiro trimestre de 2015, com R$ 402 bilhões.
O caixa em março de 2020 foi de R$ 83,7 bilhões, o melhor registro desde o quarto trimestre de 2015, quando a empresa tinha caixa de R$ 100,8 bilhões. A dívida de curto prazo no trimestre foi de R$ 30,8 bilhões, que é o maior valor já registrado desde o primeiro trimestre de 2016. O caixa em março de 2020 é 2,7 vezes superior a dívida de curto prazo.
ECONOMIA