A Caixa Econômica Federal (CEF) calcula que 40% dos brasileiros que estão recebendo o auxílio emergencial de R$ 600 não tinham nenhuma conta no banco antes da pandemia do novo coronavírus. O banco acredita, então, que o benefício de renda básica vai contribuir com o sustento e também com a inclusão bancária de pelo menos 23 milhões de pessoas.
"Ao redor de 40% de cada lote que pagamos são de pessoas que nunca tiveram conta no banco. Serão entre 23 milhões e 24 milhões de pessoas", contou nesta quinta-feira (21/05), o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, lembrando que o banco está abrindo contas digitais para todos os beneficiários do auxílio emergencial. "Montamos um programa de transferência de renda com a criação de dezenas de milhões de contas digitais de graça que ficarão para a sociedade, fazendo a inserção social, digital e financeira da camada mais carente de brasileiros", afirmou Guimarães.
Vice-presidente de Tecnologia e Digital da Caixa, Cláudio Salituro acrescentou que o banco já abriu cerca de 40 milhões de contas digitais desde o início do pagamento do auxílio emergencial. "Sendo que em 20 milhões delas não identificamos o usuário com conta em nenhum outro banco. Então, acreditamos que 20 milhões dessas contas são para pessoas que nunca tiveram acesso a nenhum banco.É um processo de bancarização que nunca ocorreu antes no Brasil", contou Salituro, frisando que esse número ainda deve crescer já que o pagamento dos R$ 600 continua.
Balanço
Cerca de 50,4 milhões de brasileiros receberam a primeira parcela dos R$ 600 em abril e agora estão recebendo a segunda parte do benefício. Outro grupo de 8,3 milhões de brasileiros está começando a receber o benefício nesta semana. E outros 5,7 milhões ainda estão com o cadastro em análise na Dataprev. Por isso, novas contas digitais ainda serão abertas pela Caixa.
Nesta quinta-feira, por exemplo, 7,9 milhões de pessoas receberam os R$ 600. Dessas, 700 mil tiveram acesso à primeira parcela do benefício e 7,2 milhões à segunda parcela, dos quais 1,9 milhão receberam o recurso em espécie porque são do Bolsa Família e 5,3 milhões tiveram o benefício creditado em uma conta social da Caixa.
"Nesta semana, já pagamos 20 milhões de brasileiros. E continuamos com filas zeradas ou muito reduzidas", ressaltou o banco.
Para evitar filas, a Caixa só vai permitir o saque em espécie da segunda parcela dos R$ 600 dos trabalhadores que são do CadÚnico ou pediram o auxílio emergencial pelo aplicativo do banco depois de concluir os pagamentos do Bolsa Família. Por isso, nesse período, quem teve o recurso creditado na conta social só pode movimentá-lo pelo aplicativo Caixa Tem, que permite pagar contas e fazer compras com os R$ 600.
Por conta disso, o banco ainda acredita que, além de evitar filas, o banco esse contato com a Caixa Tem vai fazer com que os brasileiros de baixa renda passem a usar mais o aplicativo bancário. A Caixa espera até que mesmo quem já tinha conta no banco intensifique a sua relação com a instituição financeira depois dessa experiência do auxilio emergencial. "Nós temos 96 milhões de contas corrente, mas certamento 20 ou 30 milhões eram pouquíssimo utilizadas. Agora, devem ter um uso mais frequente", acredita Guimarães.