Segundo a Caixa, R$ 76,6 bilhões já foram pagos a 58,6 milhões de brasileiros pelo auxílio emergencial de R$ 600. É praticamente a metade do orçamento que o governo disponibilizou para o programa, com o intuito de ajudar os trabalhadores durante a pandemia do novo coronavírus.
O balanço do banco que avalia a distribuição regional desses recursos, contudo, mostra que R$ 27,7 bilhões dessas transferências foram para o Sudeste, sendo R$ 13,25 bilhões apenas para o estado de São Paulo, que, por isso, levou sozinho 17,3% de todo o orçamento do auxílio emergencial até agora.
Já o Nordeste, que, como a própria Caixa reconhece, concentra a maior parte da população de mais baixa renda do Brasil, recebeu um pouco menos: R$ 27,4 bilhões, ou 35,7% de tudo o que já foi pago pelos R$ 600 até agora.
O restante das transferências foi dividido da seguinte forma: R$ 8,3 bilhões, ou 10,9% do total, para o Norte; R$ 7,8 bilhões, ou 10,2%, para o Sul; e R$ 5,4 bilhões, ou 7,1%, para o Centro-Oeste.
Em termos estaduais, enquanto São Paulo recebeu a maior parte dos recursos, o Acre ficou com a menor parcela do benefício – R$ 390 milhões, ou seja 0,5% dos R$ 76,6 bilhões.
Densidade populacional
Presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães explicou que a maior parte dos pagamentos foi feito no Sudeste porque a região tem população maior que a do Nordeste.
Mas ressaltou que, como a maior parte da população carente está no Nordeste, os valores recebidos por essas regiões são próximos: "É uma demonstração clara que há um número de pessoas mais carentes no Nordeste. Apesar de a Região Sudeste ter um número de pessoas bem superior ao do Nordeste, as duas regiões basicamente se equivalem em relação ao recebimento do auxílio emergencial. Mesmo a Região Norte, que tem população menor que o Sul, também tem recebimento maior que o Sul. Isso reforça o que vemos na Caixa, que as regiões Norte e Nordeste são aquelas com maior movimento de agências".
Recentemente, vieram à tona denúncias sobre a transferência indevida dos R$ 600 para brasileiros de classe média que não tinham direito ao benefício. Segundo o Tribunal de Conta da União (TCU), de 6 milhões a 8,1 milhões de pessoas podem ter recebido o auxílio de forma indevida.