O comércio eletrônico espera alta de vendas no setor para o Dia dos Namorados. A projeção é de que o aumento chegue a 18% em relação ao mesmo período do ano passado, entre 25 de maio e 12 de junho — data em que é comemorado. Os dados são da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), que prevê um faturamento de até R$ 296 bilhões nesse período.
Segundo a Abcomm — maior associação de comércio eletrônico do Brasil e terceira maior do mundo —, as categorias de produtos mais procuradas para a data serão perfumes, moda, cosméticos, informática, eletrônicos, cestas e flores. A previsão é de que sejam feitos cerca de 9,76 milhões de pedidos com tíquete médio de R$ 303. O movimento deve ser maior que o do Dia das Mães, segundo o vice-presidente da Abcomm, Rodrigo Bandeira.
Para ele, o setor está muito otimista não só com as vendas para o Dia dos Namorados, mas também com os resultados a longo prazo. Bandeira destacou que o comércio eletrônico foi importante para empresários e consumidores durante a quarentena, pois permitiu que o consumo continuasse. “As vendas on-line passaram a ser uma solução para muita gente, tanto no caso de comerciantes que têm de respeitar os decretos de fechamento quanto consumidores que não podem sair às ruas para fazer compras. O Dia dos Namorados é uma das datas mais importantes para o e-commerce”, afirmou.
Apesar do incremento de volume e faturamento, o tíquete médio não sofreu grande variação. Mas Bandeira considera “extremamente positivo” o aumento em relação ao Dia dos Namorados do ano passado. Outro dado favorável, segundo ele, é o número de novos compradores no ambiente on-line — o que deve impactar diretamente no resultado das próximas datas comemorativas.
“Se a gente olhar para o avanço do segmento, tivemos mais um milhão de novos consumidores fazendo a primeira compra on-line. A compra pela internet é algo que se consolidou e veio para ficar. A tendência é que as próximas datas, como Dia dos Pais, Black Friday, Dia das Crianças, Natal, sejam positivas para o setor”, disse.
O vice-presidente da Abcomm explicou que a pandemia do novo coronavírus e as medidas de isolamento obrigaram as lojas a buscarem novas formas para sobreviver, uma vez que as vendas despencaram. A modernização feita por esses empresários, segundo ele, é o grande legado da crise.
“O dever de casa teve de ser feito às pressas. O grande legado que fica é que os empresários que demoram para ingressar no on-line acabaram percebendo que apenas a presença física não é suficiente para se manter no mercado. Por meio da internet, consumidores de todo o país podem encontrar seu negócio, e isso gera novas oportunidades. Durante a crise, o segmento se adaptou muito bem à alta demanda e teve uma função social, favorecendo que as pessoas pudessem ficar em casa consumindo itens de necessidade básica”, destacou.
*Estagiário sob a supervisão de Odail Figueiredo