O Serviço Social da Indústria (Sesi) divulgou, na tarde desta terça-feira (16), um protocolo para auxiliar as empresas na retomada das atividades produtivas devido à paralisação de vários setores por conta da pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2). O documento reúne recomendações de órgãos nacionais e internacionais de saúde para ajudar as empresas a estabelecer as melhores estratégias de retorno e aumento gradual das atividades. Além disso, o guia permite que elas estejam alinhadas às recomendações das autoridades sanitárias locais.
A iniciativa, elaborada por médicos do trabalho, epidemiologistas, engenheiros de saúde e segurança no trabalho, psicólogos e demais especialistas do órgão, evidencia a importância de as empresas seguirem as regras de segurança para o controle da pandemia, como destacado pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.
"O Sesi se debruçou sobre as melhores práticas que estão sendo adotadas por governos e pelas empresas ao redor do mundo para a preservação da saúde do trabalhador durante a pandemia da COVID-19, ao mesmo tempo em que se busca a manutenção de emprego e renda. O protocolo reforça a necessidade de empresas seguirem as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das autoridades locais para o efetivo combate à contaminação pela COVID-19", ressaltou.
No protocolo, as recomendações oferecem parâmetros para que empresas realizem adequações no ambiente de trabalho, pretendendo atingir, assim, a máxima proteção possível dos funcionários. As orientações variam de acordo com o porte, ramo de atividade, quadro epidemiológico, quantidade de funcionários e capacidade de investimento de cada empresa.
O documento do Sesi traz observações em quatro frentes: adequações no ambiente, novas rotinas de trabalho, ciclo de cuidado com a saúde das pessoas e pesquisa e inovação.
Confira na íntegra as recomendações:
Adequações no ambiente
- Reforçar limpeza de locais mais expostos ao toque das mãos a cada duas horas (maçanetas, corrimões, botões de elevador);
- Disponibilizar álcool em gel e aumentar estações para lavagem das mãos;
- Manter ambientes bem ventilados;
- Aumentar a frequência de limpeza e troca de filtros biológicos no ar condicionado;
- Aumentar a limpeza de pisos;
- Inserir marcações no chão para garantir distância mínima de dois metros entre as pessoas em situações que podem favorecer aglomeração, como filas de refeitório ou de elevadores;
- Assegurar alternância da estação de trabalho entre os turnos;
- Implantar barreiras físicas para locais de atendimento ao público;
- Suprimir ou reduzir o uso de maçanetas, catracas e qualquer superfície de contato com as mãos;
- Identificar objetos de uso pessoal;
- Sentar-se sempre em posição fixa no local de trabalho, em ônibus, refeitórios e em áreas de descanso para possibilitar a identificação de quem teve contato próximo em caso de transmissão;
- Reduzir a lotação de elevadores;
- Privilegiar reuniões por teleconferência;
- Escalonar os horários e intervalos de início e término do turno, considerando jornadas de trabalho menores nos primeiros meses;
- Comunicar protocolos aos trabalhadores antes do retorno ao trabalho;
- Realizar treinamentos e encontros virtuais para passar orientações sobre novos procedimentos;
- Implementar medidas de comunicação em pontos estratégicos no ambiente de trabalho, como locais coletivos, em equipamentos de uso coletivo e em estações de trabalho;
- Veicular protocolos nos canais de comunicação institucionais;
- Reforçar comunicação positiva e que apoie sentimentos de esperança e engajamento nas medidas de proteção.
- Manter trabalhadores de grupo de risco preferencialmente em teletrabalho. Se não for possível, priorizar a esses funcionários trabalho interno sem contato com clientes;
- Adotar medidas de proteção individual no trabalho presencial, como uso de máscaras e higienização de mãos, calçados e dos materiais usados nos postos de trabalho;
- Adotar medidas de cuidados com a saúde mental, como o estímulo a iniciativas em que trabalhadores se apoiem mutuamente nas dificuldades.
Ciclo de cuidado com a saúde as pessoas
- Imunizar trabalhadores contra a gripe;
- Monitorar pessoas assintomáticas por meio do telemonitoramento e controle térmico;
- Acompanhar casos sintomáticos por meio de teleatendimento, teleconsulta e testagem;
- Acompanhar a recuperação de pacientes com COVID-19 e retorno ao trabalho por meio de orientações de isolamento, teleacompanhamento e testagem.
Pesquisa e inovação
- Identificar precocemente contaminação por COVID-19 do ambiente de trabalho por meio de testagem;
- Rastrear populações com anticorpos por meio do teste imunológico;
- Identificar contextos de maior contaminação, grau de subnotificação e impacto da COVID-19 na saúde do trabalhador;
- Desenvolver projetos pilotos para enfrentamento da COVID-19 e de seus impactos na saúde do trabalhador.
*Estagiário sob supervisão da editora Liliane Corrêa