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Estado de Minas Crise do coronavírus

Usiminas reativará alto-forno, apesar de prejuízo de abril a junho

Siderúrgica vê recuperação e, com isso, religará aciaria em Ipatinga e laminação em Cubatão (SP), a despeito de perda de R$ 395 milhões no segundo trimestre


30/07/2020 15:30 - atualizado 30/07/2020 17:59

Companhia anunciou nova revisão de investimentos neste ano, de R$ 600 milhões para R$ 800 milhões(foto: William de Paula/Usiminas - 4/2/17)
Companhia anunciou nova revisão de investimentos neste ano, de R$ 600 milhões para R$ 800 milhões (foto: William de Paula/Usiminas - 4/2/17)
A Usiminas registrou prejuízo de R$ 395 milhões no segundo trimestre deste ano. No mesmo período de 2019, a empresa teve lucro líquido de R$ 171 milhões. De janeiro a março, a siderúrgica já havia contabilizado perda líquida de R$ 424 milhões. Os dados são de balanço divulgado nesta quinta-feira (30) pela empresa. 
 
Apesar do resultado no vermelho, sob o impacto dos efeitos negativos da pandemia do novo coronavírus na economia, a Usiminas anunciou que vai religar o alto-forno 1 e a aciaria 1 da usina em Ipatinga, no Vale do Aço, e as operações de laminação em Cubatão (SP). O trabalho nessas instalações estava paralisado desde abril.
  
A retomada se deve à percepção de que o período mais difícil da crise teria passado, como afirma o presidente da companhia, Sergio Leite. “As perspectivas são boas para o segundo semestre. Estamos preparados, com confiança no mercado”, defende o executivo. 
 
O lucro calculado antes de juros, impostos, depreciação e amortização ajustado (Ebitda, na expressão em inglês), foi de R$ 192 milhões entre abril e junho. O valor representa queda de 66,3% em relação aos mesmos meses do ano passado, que registrou R$ 569 milhões. A receita líquida da empresa foi de R$ 2,4 bilhões no segundo trimestre, 36,3% menos do que no primeiro, que registrou R$ 3,8 bilhões. 

Os resultados do segundo trimestre já eram esperados por causa da crise provocada pela pandemia, segundo o presidente da Usiminas. De acordo com o executivo, as operações da empresa foram impactadas pela paralisação das indústrias, especialmente a automotiva em abril. Outros setores foram menos impactados, o que permitiu um resultado positivo na área da mineração do conglomerado, por exemplo. 

Ao comentar o prejuízo registrado entre abril e junho, o presidente da Usiminas atribuiu parte do resultado à alta do dólar. “Da nossa dívida, 67% são em dólar. Houve uma desvalorização do real superior a 30% entre o final do ano passado e agora. Temos que reconhecer esse valor e contar como prejuízo, que é contábil, mas não afetou as operações”, explica Sergio Leite.  
 

Confiança na retomada 

A siderúrgica também informou ter elevado o plano de investimentos para 2020, de R$ 600 milhões para R$ 800 milhões, como uma ação de confiança na recuperação da economia. A maior parte dos recursos deve ser investida em iniciativas ambientais e em um projeto de empilhamento a seco da Mineração Usiminas. 

Sergio Leite aponta a posição de caixa consolidada do grupo de empresas - de R$ 2,5 bilhões no fim de junho – como prova de que companhia está preparada para enfrentar a nova turbulência na economia.
 

Adotamos uma série de ajustes que nos permitiram passar pelos momentos mais críticos da crise sem, contudo, comprometer o nosso caixa e nossa capacidade de atender de maneira rápida à expectativa de melhoria da demanda para os próximos meses

Sergio Leite, presidente da Usiminas

 
 
Uma preocupação da companhia que se mantém para o restante do ano, assim como de todo o setor industrial, é com a baixa ocupação da capacidade produtiva. “Hoje estamos entre 50% e 60%. O ideal, seria um nível de 85%. A expectativa para atingir isso é de médio prazo. Não chega em 2020 nem em 2021. O país ainda precisa crescer muito. Mas estamos caminhando”, analisa Leite.  
 
*Estagiário sob supervisão da subeditora Marta Vieira


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