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Estado de Minas EM DISPARADA

Preços de itens da cesta básica sobem até 30% em quatro meses em BH, aponta pesquisa

Principais aumentos foram registrados no arroz, no óleo de soja e no leite; feijão e café são exceções


17/08/2020 11:35 - atualizado 17/08/2020 11:58

Arroz apresentou o maior aumento de preço(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Arroz apresentou o maior aumento de preço (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Em um momento de restrições de gastos para a maioria dos brasileiros, itens essenciais da cesta básica apresentaram aumento de preço na capital mineira - conforme antecipado pelo Estado de Minas. Uma pesquisa realizada pelo site Mercado Mineiro e pelo aplicativo ComOferta mostra que alguns alimentos encareceram até 30% em apenas quatro meses.

A maior variação de preço foi registrada no arroz. Enquanto o arroz branco de 5kg da marca "Tia Jú" custava, em média, R$ 12,77 em abril, em agosto saltou para R$ 16,36 - um aumento de 28%. No caso do "Camil", o aumento foi de 23%, subindo de R$ 15,22 para R$ 18,79. Já o "Prato Fino" foi de R$ 18,44 para R$ 21,60, uma elevação de 17%.

O óleo de soja também apresentou aumento significativo. Enquanto a embalagem de 900ml da marca "Liza" custava, em média, R$ 4,46 em abril, em agosto saltou para R$ 5,07. Com a marca "Soya" não foi diferente: de R$ 3,98 para R$ 4,52.

Os consumidores também já repararam o aumento do preço do leite nos supermercados da capital. Foi registrado um aumento de até 18% no preço desses produtos nos últimos quatro meses. É o caso das marcas "Porto Alegre", que foi de R$ 3,11 para R$ 3,66, "Itambé", de R$ 3,60 para R$ 4,22, e "Cotochés", de R$ 3,22 para R$ 3,80.

Por outro lado, outros produtos também apresentaram queda nos preços. O destaque vai para o feijão, que caiu até 27%. O preço médio em abril era R$ 9,64 e, agora está em R$ 6,99. O café também apresentou queda de até 10% no preço.

Para Feliciano Abreu, administrador e responsável pela pesquisa, o baque é sentido, principalmente, para a população de baixa renda. "Essas mudanças não afetam muito quem tem dinheiro, mas é muito preocupante para quem ganha até um salário mínimo ou está sobrevivendo do auxílio emergencial do governo. Esses poucos reais de variação fazem toda a diferença no final", comenta.

Abreu explica que as variações no preço aconteceram, principalmente, por aumento da demanda. "O arroz foi um caso à parte, pois os produtores preferiram deixar a plantação dele de lado para investir em outras culturas e a demanda continuou a mesma, então os preços sobem. Nos demais casos, a gente vê uma demanda muito aquecida no mercado externo, o que encarece pra gente aqui", esclarece.

A título de comparação, vale ressaltar que a inflação acumulada nos últimos 12 meses, segundo o IPCA, está em 2,31% - valor muito inferior à variação dos produtos. A pesquisa consultou os principais supermercados, hipermercados e atacarejos da Grande BH entre 10 e 15 de agosto de 2020.

Variações de um mesmo produto


A pesquisa também destaca que um mesmo produto de uma mesma marca pode ter diferenças de preços de até 56%. As principais variações foram observadas no óleo de soja, de até 35%, no macarrão, de até 34%, no arroz branco e no leite, de até 27%.

"As variações de preço de um mesmo produto são normais. Ainda assim, é importante ficar de olho e dar valor ao dinheiro, principalmente nessa onda de encarecimento", conclui Feliciano.



*Estagiário sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira


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