O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Marcello Brito, afirmou nesta segunda-feira, 31, que a imagem ambiental do Brasil no exterior "nunca esteve tão ruim". Em live promovida pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) neste início de tarde, sobre "Como conciliar desenvolvimento e preservação ambiental", Brito citou os embaixadores Sérgio Amaral e Rubens Barbosa, que confirmaram a ele a situação brasileira lá fora. "Ambos concordam que a imagem do Brasil nunca foi tão ruim como agora", disse.
Brito avaliou que, antes, a pressão ambiental sobre produtos do agronegócio se dava mais por meio de indústrias processadoras de alimentos que, pressionadas por ONGs em seus países de origem, transferiam a exigência de preservação ambiental à sua cadeia de fornecedores. "Hoje, porém, a pressão ambiental vem mais por parte de investidores em fundos", disse. "E é muito mais fácil um investidor, da tela do computador, definir se aplica ou não seu dinheiro em determinado país."
O representante da Abag disse que, no caso de indústrias, mesmo pressionadas, dificilmente elas desmontariam parques industriais e sairiam de determinado país por causa de pressão ambiental. Além disso, mencionou que também a pressão, hoje, não ocorre mais por meio de boicotes, no exterior, a produtos de origem brasileira. "Nós exportamos commodities agrícolas, que são processadas no país de destino e pulverizadas em vários produtos, por isso boicotar produtos brasileiros é difícil."
Já em relação a pessoas que aplicam em fundos de investimento, elas o fazem tendo como base o leque de opções que o fundo oferece em relação a onde o dinheiro será investido. "O que é um fundo de investimento senão uma plataforma que recebe dinheiro de um monte de gente, diante de condições?", indagou ele, acrescentando que as condições ambientais estão cada vez mais presentes.
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