A semana do Brasil é uma versão brasileira da Black Friday, que começa hoje (03 de setembro) e termina no dia 13 de setembro. Esta é a segunda edição da campanha promovida pelo governo federal com o apoio do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). Também é a primeira promoção nacional após a retomada do comércio na pandemia da COVID-19.
O movimento tenta dar novo fôlego à economia. O Brasil está oficialmente em recessão. O Produto Interno Bruto (PIB) sofreu uma queda de 9,7% no segundo trimestre (abril a junho) deste ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), período do auge da pandemia. Com isso, o índice caiu no mesmo patamar da crise financeira de 2009.
De acordo com o IBGE, o comércio amargou uma queda de 13% no segundo trimestre, ajudando a derrubar o índice geral do PIB. A redução foi consequência do fechamento do comércio não essencial, como lojas de roupas, acessórios, cosméticos, veículos e eletrodomésticos.
Em meio ao cenário da pandemia, a Semana do Brasil, tenta trazer um alívio aos caixas do setor varejista, que é responsável por grande parte da mão de obra nacional. Lembrando que o segundo trimestre de 2020 fechou com taxa de desemprego de 13,3%, conforme o IBGE.
Semana Brasil: o que é e como será realizada
A Semana do Brasil é uma campanha de descontos que estimula lojistas a criarem ofertas para aumentar as vendas e aquecer a economia. Em sua primeira edição, gerou um faturamento 37,6% superior ao mesmo período do ano anterior, sem a campanha. O comércio físico e on-line ofereceu descontos que permitiram aumentar o faturamento em 12% durante o evento, conforme balanço da Cielo.
Em sua fala nos canais da campanha Semana do Brasil, o conselheiro do IDV, Marcos Gouvêa de Souza, aborda o otimismo em torno da iniciativa. “Estamos mobilizando todo o varejo para buscar as melhores formas de viabilizar as ações promocionais. Esta é uma ação totalmente suprapartidária, que trará benefícios para a economia do país como um todo”.
Mas quando o assunto é comércio eletrônico, as vendas são mais expressivas. Elas registraram alta de 41%, com 4,4 milhões de transações e faturamento de R$ 1,86 bilhão, segundo a consultoria Ebit/Nielsen.
Entre os produtos mais desejados e comprados na primeira edição da Black Friday brasileira estavam cosméticos, em primeiro lugar, com aumento de 19% nas vendas, seguido por móveis e eletrônicos (16%) e itens de supermercados (13%).
Adesão: Semana do Brasil já tem 83 associações comerciais
De acordo com o último levantamento do IDV, a Semana do Brasil ou Black Friday brasileira contava com o apoio de 83 associações comerciais de várias partes do país.
Assim, os comerciantes são chamados pelas associações de comércio varejista a também participarem do movimento, concedendo descontos especiais entre 3 e 13 de setembro.
No ano passado, a adesão foi considerável. Segundo levantamento da equipe da Semana do Brasil, 27% das lojas cadastradas foram de São Paulo. Minas Gerais e Paraná seguiram em segundo lugar, com 10%, além de estados como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará, com 5%. Os demais estados tiveram adesões menores.
Na primeira edição, portanto, o movimento contou com o apoio de 4.500 estabelecimentos comerciais de diversos segmentos que criaram ofertas especiais e conseguiram alavancar as vendas. Para este ano, o número de lojas participantes ainda não foi divulgado. Caso queira ver as lojas participantes, acesso site da campanha: semanadobrasil.com.
Pesquisa: como saber se um produto está mais barato
A primeira Black Friday no Brasil, nos moldes da realizada nos Estados Unidos, no final do mês de novembro, ocorreu em 2010 e foi totalmente on-line.
Mas nos anos seguintes, os brasileiros aderiram à sexta-feira de ofertas. A maioria dos varejistas incrementou a data, estendendo a promoção por mais de uma semana, ou antecipando as ofertas para vencer a concorrência.
Contudo, uma prática que se tornou comum foi a “Black Fraude”, ou seja, o método de vender “tudo pela metade do dobro”, o que causou uma corrida aos Procons.
Dessa forma, os lojistas ficaram mais atentos ao comportamento do consumidor, evitando a prática. Mas, de qualquer forma, o Procon de Minas Gerais orientou em 2019 que se tomasse algumas precauções, como:
- monitorar o preço da mercadoria que se pretende adquirir;
- desconfiar de preços muito baixos;
- conferir o preço do frete antes de efetuar a compra;
- verificar se existe garantia estendida ou seguro similar na hora de efetuar o pagamento;
- checar o prazo de entrega;
- buscar informações sobre o vendedor no site, redes sociais, com a família ou amigos.
No quesito “pesquisa”, não há nada melhor do que contar com a tecnologia. Quem utiliza o navegador Google Chrome pode instalar extensões como o Mais Barato Proteste e o Vigia de Preço para fazer comparações e ver o histórico de preços anunciados nas ofertas da Semana do Brasil, a Black Friday brasileira.