A Máquina de Vendas, que dirige a rede varejista Ricardo Eletro, obteve nesta terça-feira (8) a liberação de R$ 28,8 milhões depositados como garantia em processo de execução fiscal na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. Os recursos serão usados justamente no pagamento de dívidas trabalhistas acumuladas durante anos pela empresa, em plano a ser apresentado para apreciação do juízo nos próximos dias.
Em meados de agosto, a rede varejista entrou com o pedido de recuperação judicial. A empresa teria demitido quase 4 mil funcionários, além de ter fechado mais de 300 lojas em todo o país.
O pedido de liberação apresentado pela Máquina de Vendas foi integralmente acolhido pela Justiça. Segundo a empresa, a prioridade será pagar competências referentes ao FGTS para viabilizar que pelo menos 1,2 mil funcionários tenham acesso ao seguro-desemprego.
Desbloqueio
No processo de recuperação judicial da Máquina de Vendas, representada pelo advogado Bruno Kurzweil de Oliveira, sócio do escritório Thomaz Bastos, Waisberg e Kurzweill Advogados, também foi deferido o desbloqueio de cartões, anteriormente determinado no processo de execução fiscal. O juiz Tiago Henriques Papaterra Limongi reconhece que a redução de faturamento experimentada pela Máquina de Vendas torna o bloqueio dos pagamentos com cartões "verdadeira sentença de morte da atividade empresarial", impedindo que a Empresa tenha a chance de reestruturar seu endividamento e se compor com seus credores.
Além disso, o juiz destacou os prejuízos causados durante a pandemia, impondo à empresa o fechamento de suas lojas físicas e implicando a migração da atividade empresarial exclusivamente para o meio digital: "O varejo foi profundamente impactado pela crise econômica decorrente da pandemia do COVID-19".