A pandemia mudou os hábitos dos consumidores no Brasil e no mundo. As compras on-line, que já eram praticadas, tornaram-se comuns. Sem poder sair de casa, com o comércio não essencial fechado no início da pandemia, os clientes passaram mais tempo na internet.
Consequentemente, o e-commerce cresceu. Entretanto, é preciso tomar cuidados na hora de comprar pela internet, por mais que a oferta seja tentadora. Estamos vivendo a Semana do Brasil, que termina domingo (13), com descontos de até 70%, mas em breve passaremos pelas promoções de Black Friday e Natal.
Contudo, antes mesmo dos saldões mais populares do varejo, as compras on-line já tinham crescido. Um levantamento da ACI Worldwide (empresa de sistemas de pagamento eletrônico) revelou que no mundo todo o comércio eletrônico cresceu 209% em abril deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado.
Ao que tudo indica, no Brasil esse crescimento foi um pouco menor. Uma pesquisa feita por outro instituto, o Compre&Confie, mostrou que o e-commerce cresceu 98% em abril deste ano em comparação ao mesmo período de 2019. Esse salto representou 24,5 milhões de compras a mais.
Mas o que as pessoas compram pela internet? Segundo o estudo da ACI, já citado, o que mais cresceu em abril foi a venda de jogos (126%) e o volume de downloads digitais (26%). Já no Brasil os setores que mais bombaram foram alimentos e bebidas (294,8%), instrumentos musicais (252,4%), brinquedos (241,6%), eletrônicos (169,5%), cama, mesa e banho (165,9%). Os últimos dados são da pesquisa do Compre&Confie.
Comércio on-line: presente na Semana do Brasil
Especialistas indicam que o consumo de produtos on-line veio para ficar. Um exemplo está na Semana do Brasil. A campanha começou no dia 3 de setembro e termina no domingo (13). Ela é realizada pelo governo federal e tem o apoio do comércio varejista. O balanço de lojas participantes ainda não foi divulgado, porém, a campanha iniciou com o apoio de 83 associações varejistas.
Entre as lojas cadastradas na Semana do Brasil estão os principais marketplaces do país, como Americanas, Casas Bahia, Magazine Luiza, Submarino, entre outros. No site da campanha é possível conferir os links de acesso às redes participantes. Todos eles possuem lojas físicas e on-line.
Afinal de contas, a intenção do varejo é aumentar as vendas em setembro para renovar os estoques e preparar-se para as campanhas de fim de ano. Assim, os descontos vão de 10% a 70%, conforme o produto e a loja.
Por consequência, o consumidor pode fazer as compras do conforto de sua casa ou diretamente nas lojas físicas, que são obrigadas a seguir protocolos de segurança devido ao novo coronavírus.
Passada a Semana do Brasil, clientes e lojistas começam a se preparar para a Black Friday. A data oficial é 27 de novembro, que é a útima sexta-feira do mês. Tradicionalmente, o comércio eletrônico concentra as atenções na data, que é uma das principais do varejo.
Na sequência, será a vez das promoções de Natal e de Ano Novo. O setor varejista fica de olho no pagamento do 13.º salário dos trabalhadores. Embora nesse ano, a previsão seja de circulação menor de dinheiro devido à pandemia, que provocou o fechamento de postos de trabalho e a redução de jornadas e salários. Mesmo assim, os consumidores revelam o desejo de manter as compras em novembro e dezembro para as tradicionais lembrancinhas.
Expectativa de compras: Black Friday e Natal devem ser aquecidos
As tradicionais promoções de fim de ano atraem consumidores tanto no comércio físico quanto no on-line. Por essa razão, a Rakuten Advertising, empresa especializada em tecnologia para publicidade e marketing digital, realizou a pesquisa “O Caminho para a Retomada: os Picos de Venda para 2020 Repensados”.
O levantamento apontou que os consumidores querem se concentrar nas compras realizadas pela internet durante a Black Friday e o Natal. Mesmo que 40% das pessoas terem tido baixas salariais devido à pandemia, 87% devem ir às compras no Natal e 57% desejam fazer algum gasto em campanhas, como na Black Friday.
Desse público, 86% desejam fazer compras on-line devido à praticidade e agilidade de entrega. Justamente por isso, os cuidados devem ser ampliados para evitar ser alvo de golpistas.
Evitando golpes: confira 7 dicas de cuidados nas compras on-line
Mesmo quem já está familiarizado com as compras on-line precisa tomar alguns cuidados na hora de encher o carrinho. Por isso, confira algumas dicas trazidas pela maioria dos especialistas em defesa do consumidor.
#DICA1
Pesquise a idoneidade da empresa. É possível checar sites como Proteste e Reclame Aqui;
#DICA2
Peça orientação a pessoas da família e amigos que já compraram na mesma empresa;
#DICA3
Prefira comprar produtos em sites já conhecidos do grande público;
#DICA4
Veja se o site é seguro, se tem o símbolo do cadeado na barra superior;
#DICA5
Tire print do comprovante de pagamento ou armazene todos os e-mails da empresa sobre a compra;
#DICA6
Tome cuidado com dados pessoais. Por isso, procure não fazer compras on-line em computadores de uso coletivo, como do trabalho ou de lan-houses;
#DICA7
Desconfie quando a oferta for muito atrativa, pois pode ser uma armadilha.
Além dessas recomendações, evite pagar compras on-line no boleto. Isso porque o cartão é mais seguro. Existem golpistas que alteram o código de barras através de malwares, e o dinheiro vai parar na conta de outro destinatário. Além disso, é mais difícil conseguir o ressarcimento do que quando a compra é feita no cartão.
Outra dica é pesquisar o site do Procon, que possui uma lista das empresas que já têm histórico de reclamações.
Terreno fértil: os crimes cibernéticos cresceram em MG
Levantamento divulgado pela Polícia Civil, a partir de dados da Superintendência de Informações e Inteligência Policial, mostra que cresceu 62% o número de queixas de crimes cibernéticos entre março e abril deste ano em Minas Gerais. O aumento se dá em relação ao mesmo período do ano passado.
Um dos motivos é o aumento das compras pela internet. Ao todo, foram 1.760 golpes registrados com o uso da internet no período citado. Contudo, o número de vítimas pode ser maior, visto que muitas pessoas conseguem o ressarcimento do banco e nem chegam a denunciar.
Entre os crimes mais comuns estão o envio de boletos falsos pelo WhatsApp e falsas renegociações com financeiras, baseadas em vínculos verdadeiros com os clientes. Por isso, é crucial ficar atento e não pagar boletos sem antes confirmar a procedência.