A atuação de uma empresa não termina após a venda de seu produto ao consumidor. Pelo menos não se ela estiver inserida na economia circular - no qual a vida útil de um material é prolongada de forma a reduzir o impacto ambiental, ao mesmo tempo em que gera ganhos financeiros.
Esse foi o tema de encontro virtual promovido ontem pelo Conselho Superior de Meio Ambiente (Cosema) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com quatro grandes companhias que falaram sobre a mudança do seu modelo de negócio para se adequar a uma economia mais sustentável.
Para o presidente do Cosema, Eduardo San Martin, a tendência é que a economia circular deixe de ser uma iniciativa voluntária e passe a ter amparo na lei. "Podem ter certeza que os países europeus vão exigir que outros mercados com pretensão de exportar para lá demonstrem que seus bens estão inseridos em práticas de economia circular."
O encontro contou com a participação de representantes da Braskem, Unilever, Hering e 3M. A diretora de Economia Circular da Braskem, Fabiana Quiroga, afirmou que o esforço da companhia considera cinco etapas: design, gestão de processos, educação dos consumidores sobre o descarte correto, apoio às cooperativas e, por fim, a reciclagem do produto. Isso quer dizer que a empresa se preocupa em utilizar água de reúso e energia renovável na produção de insumos até dar apoio aos catadores, que receberam cestas básicas neste ano de pandemia.
Meta
Já a Unilever tem o compromisso de reduzir à metade seu impacto ambiental até 2030. Para isso, precisa atingir três metas nos próximos cinco anos: reduzir o uso de plástico virgem pela metade; reutilizar, reciclar ou compostar todas as embalagens e coletar e processar mais plástico do que vende.
Com o projeto Trama Afetiva, a Hering busca lidar com os resíduos têxteis. No início, o projeto foi voltado para os resíduos do jeans, que viraram itens como almofada. Mais recentemente, a Fundação Herman Hering fechou uma parceria com a empresa Feltros Santa Fé e, juntos, produziram o protótipo de um feltro que leva garrafa pet também. Mas o produto ainda não foi comercializado, disse a diretora da fundação, Amélia Malheiros.
A esponja Scotch Brite é o item de maior venda da 3M. "E representa um grande desafio de logística reversa", disse o gerente de Sustentabilidade, Marcelo Gandurra. Desde 2014, em parceria com a TerraCycle, a empresa desenvolve o programa de reciclagem das esponjas, que conta com 6,5 mil voluntários responsáveis pela coleta.
"Eles enviam as esponjas para uma central de reciclagem. O envio mínimo é de dois quilos. Então, o voluntário define uma ONG para a qual a 3M doa R$ 0,02 a cada esponja. Reciclamos quase 2 milhões de esponjas."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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