Mesmo diante do cenário de insegurança e emergência nas empresas provocado pela pandemia da COVID-19, as contratações de trabalhadores através de vagas temporárias cresceram 89,5% em agosto, se comparadas ao mesmo período de 2019. Foram mais de 197 mil admissões, frente às mais de 104 mil de agosto do ano passado. O setor de indústria foi o grande responsável pela ampliação.
O aumento vem em meio às incertezas da economia brasileira, que fizeram aumentar o índice de desemprego no país. Mesmo assim, o trabalho temporário - no formato da Lei Federal 6.019/74 e do Decreto nº 10.060/2019 - tem ganhado destaque por ser uma opção formal de contratação rápida, mais acessível financeiramente, flexível e que garante segurança econômica e jurídica tanto para os trabalhadores quanto para os contratantes.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), Marcos Abreu, as expectativas foram além do esperado, uma vez que a projeção para agosto era de pouco mais de 163 mil novas vagas, mas esse número foi superado em 20,7%.
"Esperávamos ter a geração de 163.769 novas vagas em agosto deste ano. Mas o resultado foi surpreendente: 197.680 contratações temporárias no período", afirmou Marcus Abreu.
Se comparado ao mesmo mês de 2019, o desempenho é melhor ainda. Um aumento de 89,5% frente às 104.312 de agosto do ano passado para essa modalidade de trabalho.
Setores
Segundo a pesquisa da Asserttem com as agências associadas, das contratações temporárias em agosto, 65% foram realizadas pelo setor da indústria, 28% de serviços e 7% do comércio, sendo que o motivo para a abertura de vagas foi a demanda complementar de trabalho.
"Como já era esperado, o setor da Indústria garantiu a boa performance das contratações de trabalhadores temporários no mês de agosto, pois segue repondo seus quadros de funcionários para suprir a demanda do mercado", destacou o presidente da Asserttem.
Indústria
Ainda de acordo com a pesquisa, os principais segmentos do setor industrial que demandaram reforços de trabalhadores temporários foram: alimentos (35%), farmacêutica (19%), embalagens (15%), metalúrgica (11%), mineração (8%), automobilística (8%) e agronegócio (4%).
Entre os estados, os que mais se destacaram na contratação temporária para a indústria foram São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pará e Rio Grande do Sul, seguidos por Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia e Maranhão.
Para o presidente da Asserttem, Marcus Abreu, a modalidade de contratação prevista na Lei 6.019/74 é uma excelente oportunidade para que as empresas consigam atender suas demandas urgentes e emergenciais e para ganharem fôlego durante a retomada, até conseguirem efetivar os trabalhadores novamente.
A associação estima que mais de 1,9 milhão de trabalhadores temporários serão contratados neste ano, um aumento de 28% com relação a 2019.
*Estagiário sob supervisão da editora Liliane Corrêa