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Estado de Minas COMIDA MAIS CARA

Com variação de quase 100%, preço do arroz segue em alta em BH

Valor médio do quilo subiu quase 5% este mês, comparado com setembro. Pacote de 5kg pode ser encontrado por até R$ 32,90 na capital


10/10/2020 17:07 - atualizado 10/10/2020 18:07

Preço médio do pacote de 5kg de arroz teve aumento de quase 5% em comparação com setembro(foto: Gabriel Ronan/EM/D.A Press)
Preço médio do pacote de 5kg de arroz teve aumento de quase 5% em comparação com setembro (foto: Gabriel Ronan/EM/D.A Press)
Item essencial na cesta básica do brasileiro, o arroz está pesando cada vez mais no orçamento da população. De acordo com dados aferidos pelo site de pesquisas Mercado Mineiro, em Belo Horizonte houve um aumento no preço médio no quilo do produto de quase 5% este mês, se comparado com setembro. Além disso, a variação de valores do pacote de 5kg entre estabelecimentos na capital mineira beira os 100%.

De acordo com os dados, o preço médio do pacote de 5kg em Belo Horizonte, em setembro, era de R$ 22,43. Já neste mês o valor teve uma alta de 4,76%, chegando a R$ 23,50. E a principal forma para tentar aliviar o orçamento na aquisição de arroz em Belo Horizonte é por meio da pesquisa. Isso porque foi constatada uma variação de 99,51% no custo da mercadoria, que pode ser encontrada tanto por R$ 16,49 quanto por R$ 32,90.

Os números - sobretudo a variação mensal de preços - mostram que a medida adotada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério da Economia, de zerar a alíquota do imposto de importação para o arroz até o final do ano, não surtiu efeito. A intenção da ação anunciada em setembro era conter o aumento expressivo do produto.

“Essa redução de impostos é muito relativa, porque reduz o imposto, mas o dólar está disparado. O consumo mundial está alto. Você tende a comprar a preços altos no mercado externo. Isso acaba prejudicando e muito o consumidor interno”, afirmou Feliciano Abreu, economista e coordenador do Mercado Mineiro.

Foi justamente o preço dos alimentos - incluindo o arroz - e dos combustíveis que fizeram com que a inflação oficial do Brasil acelerasse para 0,64% em setembro, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o óleo de soja e o arroz tiveram as maiores altas no mês passado, com 27,54% e 17,98%, respectivamente. No caso do arroz, o aumento acumulado em 2020 chega a 40,69%.

De acordo com Feliciano Abreu, não dá para prever uma estimativa de preço para o arroz no futuro, mas ele destacou que a safra do produto, que começará no início de 2021, poderá ser positiva. Por enquanto, cabe ao consumidor ter cautela na hora das compras. “O consumidor tem que redobrar a atenção e não comprar muito. Não estocar achando que vai disparar o preço, pois isso é muito ruim”, concluiu o economista.

Empresários defendem valor elevado


Em 30 de setembro, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou um debate para tratar da alta do preço do arroz. Durante a conversa, empresários da indústria do arroz defenderam um valor mais elevado no quilo do projeto para evitar sobressaltos nos próximos anos.

De acordo com o diretor-presidente da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Elton Doeler, nos últimos 10 anos, o quilo do arroz ficou em R$ 2. O baixo preço, de acordo com Doeler, afastou produtores, que buscaram outras fontes, como a soja, para buscar lucros. Apesar disso, o empresário afirmou que houve aumento de produtividade, chamando a atenção que a safra acontece uma vez ao ano - geralmente entre março e maio.

“Uma cerveja long neck numa loja de conveniência vale R$ 6. Um quilo de arroz valia antes da pandemia R$ 2. Isso é inadmissível para um produto tão nobre, que tem uma safra por ano, e não mantém a cadeia. O arroz deve, sim, valer entre R$ 5 a R$ 7 o quilo, porque isso manteria, ao longo dos próximos anos, um abastecimento regular, sem esses sobressaltos que tivemos nesse último ano. Não vamos conseguir incentivar uma cadeia produtiva no Brasil, onde está se encaminhando uma abertura econômica, colocando produtos abaixo do custo de produção”, analisou.


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