A Black Friday inaugura o período de compras de Natal e é uma das principais datas para o comércio no mundo todo. Durante a última sexta-feira de novembro (e os dias que antecedem e precedem a data), consumidores aproveitam as promoções para comprar à vontade. Em meio à pandemia, mais precisamente no dia 27 deste mês, após 10 anos desde a primeira Black Friday brasileira, ocorrerão mudanças na estratégia e no planejamento das empresas como reflexo do isolamento social.
A assistente administrativa Danielle de Moraes Garcia, 21 anos, moradora de São Paulo, diz que economizou muito esperando a chegada do mês de novembro. “Como eu sempre gostei de comprar em loja física, eu não gastei tanto (em razão da quarentena). Então, consegui economizar mais este ano, o que me faz ter mais verba para gastar”, comemora.
Diferentemente de Danielle, muita gente passou a gostar de comprar on-line em 2020, ou pelo menos se “conformou” com as limitações. É o caso da estudante Dayana Mendes, 18, de Brasília. “Eu aproveitava a Black Friday para comprar os presentes de Natal e coisas que eu queria. Este ano, porém, como estou confinada em casa, não farei nada disso. Então, a alternativa é pelos sites mesmo”, afirma.
Segundo dados da Ebit/Nilsen, a Black Friday de 2020 terá um grande aumento do comércio eletrônico, o que reflete uma adaptação dos hábitos do comprador durante a pandemia. A expectativa é de uma alta de 27% nas vendas do e-commerce em comparação com 2019. Outro fator apresentado pela pesquisa é que o aumento da criação de contas digitais para pagamento do auxílio emergencial, que contribuiu para uma “bancarização” da população, influenciando, consequentemente, seus hábitos de compra.
Mais buscados
Pesquisa da startup brasileira Méliuz, realizada em agosto, mostrou que 72% dos usuários do site pretendem comprar na Black Friday. Dentre os entrevistados, 42% afirmaram aproveitar a data para comprar itens de necessidade e 25% pretendem adquirir produtos de desejo. A parcela de pessoas que afirmou antecipar as compras de Natal foi de 6%; e 17% vão trocar seus produtos antigos por novos ou de outro modelo.
Entre os itens mais almejados estão: eletrodomésticos e eletroportáteis (52,74%), eletrônicos e informática (41,05%), perfumes e cosméticos (32,36%) e smartphones (28, 64%). Dentre os consumidores, 58% dizem que comprarão em lojas on-line e 11% afirmam que irão às lojas físicas. Já 30,92% pretendem dividir as compras entre as duas formas de comércio. A pesquisa revelou, também, o plano de compras dos participantes. Dos mais de 2 mil entrevistados, 57,8% utilizarão outros sites para ter mais informações sobre produtos e lojas; 51,2% irão direto ao site da loja; 32,1% se manterão informados de ofertas por e-mail; e 25,2% devem fazer pesquisa em comércios físicos.
Os sites que comparam preços são o plano de 23,3% dos entrevistados. Outros 17,6% ficarão atentos a anúncios na internet; 12,7% contam com indicação de amigos; 8,6% estarão de olho na televisão; e 0,4% afirmam que utilizarão outros recursos.
*Estagiárias sob a supervisão de Andreia Castro